Após arrematar Tropical Hotel, Fametro anuncia entrada no negócio do turismo e quer abrir unidade em breve

Após arrematar Tropical Hotel, Fametro anuncia entrada no negócio do turismo e quer abrir unidade em breve. Foto: PMS

Após arrematar Tropical Hotel, Fametro anuncia entrada no negócio do turismo e quer abrir unidade em breve. Foto: PMS

Após arrematar o Tropical Hotel ontem, o Grupo Fametro, da família Lins, o único presente ao terceiro leilão do complexo hoteleiro, espólio da Varig, fez uma apresentação do projeto turístico que pretende desenvolver a partir da compra, nesta quinta-feira (12), durante uma coletiva de imprensa.

O valor do bem ficou abaixo dos R$ 120 milhões do primeiro leilão, dia 16/12/2019, sendo de R$ 91.075.100,00. A aquisição foi considerada um marco na história do grupo, que tem 18 anos no Amazonas. Segundo o diretor administrativo Wellington Lins Jr, a partir de 2019 iniciaram expansões para a área de saúde e agora em 2020 no turismo.

Após arrematar

"O grupo consolida e culmina o processo de expansão e perspectiva de investir na área de saúde, além dos projetos de educação. Agora, em 2020, a partir da aquisição do Tropical Hotel, passará a atuar com o turismo. A Fametro começa a reescrever a história do turismo no Amazonas e restaurar essa história. Acreditamos no Tropical como um símbolo e um ícone na Região Norte. Um símbolo que estava abandonado. Identificamos que o Tropical Hotel era uma grande oportunidade. Avaliamos como não só oportunidade de negócios, mas de transformação, assim como fizemos com a educação na capital amazonense e no interior. Vamos transformar a saúde e o todo o potencial turístico que a cidade tem. Estamos muito contentes e da nossa responsabilidade, e sabemos que precisaremos de gestores e profissionais da área", disse o diretor.

A empresa inicialmente vai identificar possíveis gestores do negócio para iniciar o mais rápido possível a operação do Tropical Hotel, avaliando todas as possibilidades para seu pleno funcionamento. "Investir em locais que fazem parte da nossa história, dá a exata dimensão do que significa cada uma oportunidade. Não se trata de um negócio, mas de um resgate histórico, de um local de orgulho para a capital. Acreditamos muito no potencial turístico na Região Norte", explicou.

Uma empresa será contratada para fazer uma avaliação do imóvel para identificar estrutura, necessidades e montar um cronograma para reabrir a unidade no tempo mais breve possível, inclusive para eventos futuros que vão gerar receita. Participaram ainda da coletiva a vice-reitora Cinara Cardoso, o diretor de expansão e operação Iyad Amado Hajoj, e o advogado Antônio Júnior. A Fametro não assume nenhuma dívida de natureza trabalhista e de outros fins, recebendo o hotel sem ônus. Os pagamentos em aberto serão realizados pelo que se chama de massa falida.

"Vários cursos nossos, como turismo e gastronomia, a medicina veterinária, a educação física, nutrição, serão levados para dentro da estrutura do hotel, servindo para nossos alunos. Será um grande campo de prática para nossos estudantes. Na pandemia tivemos êxito pelo investimento em gestão, tecnologia e pelos nossos colaboradores e corpo técnico", falou a vice-reitora.

Santa Casa

Durante a coletiva, a diretoria anunciou que o projeto da Santa Casa de Misericórdia está em fase de finalização, para reunir um hospital moderno, novo e com tecnologia, com um prédio histórico, que precisa de restauro e atender a legislação urbana em vigor, para ser um hospital-escola.

Leilões

A venda do Tropical Hotel, para pagar dívidas com a Amazonas Energia, que cortou o fornecimento e obrigou ao fechamento do complexo, virou uma novela. A massa falida está sob julgamento da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O leiloeiro é Jonas Rymer, também do RJ.

O primeiro leilão ocorreu no dia 16/12/2019 e o hotel foi arrematado pelo Grupo Nyata, Soluções em Pagamentos. O lance, de R$ 120 milhões, no entanto, não foi pago.

Veio o segundo leilão. Dia 11/02/2020, o empresário e militar aposentado do ramo da aviação Otacílio Soares de Lima deu lance de R$ 260 milhões. E também não pagou. Habilitou-se o segundo colocado, que também não pagou.

No terceiro leilão, nesta quarta (11/11/2020), veio o arremate pelo Grupo Fametro.

A Fametro comprou, também em leilão, a Santa Casa de Misericórdia, um prédio histórico e abandonado, no Centro de Manaus. O arremate custou R$ 9,3 milhões e ocorreu em novembro de 2019. Na ocasião, a instituição informou que transformará o local em um hospital universitário. O grupo é dirigido pelo empresário Wellington Lins, irmão do deputado federal Átila Lins e do deputado estadual Belarmino Lins. O candidato a vice-prefeito de Manaus, na chapa de Ricardo Nicolau, médico George Lins, é também da família.