Pazuello antecipará vacinação de professores e promete 4,7 mi de doses

Ministro da Saúde participou de reunião com a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) nesta sexta-feira (19/2)

O Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (21/1) o ImunizaSUS, programa que vai capacitar 94 mil profissionais de saúde que atuam na vacinação de todo o país

O Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (21/1) o ImunizaSUS, programa que vai capacitar 94 mil profissionais de saúde que atuam na vacinação de todo o país


O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que vai mudar a estratégia de vacinação no país a partir do dia 24 de fevereiro. A informação foi confirmada aos dirigentes da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), em reunião na manhã desta sexta-feira (19/2).

De acordo com o presidente da FNP, Jonas Donizette, Pazuello garantiu que o ministério aplicará, inicialmente, apenas uma dose do imunizante a cada brasileiro, com a remessa de 4,7 milhões de vacinas que deve chegar ao país entre os dias 24 e 28 de fevereiro.

Do total, 2 milhões são de doses da fórmula de Oxford/AstraZeneca/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os outros 2,7 milhões são do imunizante Coronavac. O ministro informou que a segunda dose será aplicada com a vacina produzida no Brasil, que deve ser fabricada a partir do mês de março.

"Com a chegada de 4,7 milhões de novas vacinas, a imunização será em 4,7 milhões de brasileiros – não a metade, como estava acontecendo até então", declarou a FNP. A organização também comunicou que o ministério garante a produção de doses suficientes para a segunda aplicação.


Além da reserva de segunda dose, o titular da pasta federal também revelou aos prefeitos que estuda colocar os professores como um dos grupos prioritários do Programa Nacional de Imunização (PNI) a partir do mês de março. Ainda não se sabe se a vacinação será estendida a todos os profissionais da educação ou somente aos docentes.

"Acho que essa é uma grande vitória dos prefeitos. Ele [Pazuello] pediu mais um tempinho de alguns dias para poder confirmar, mas disse que a intenção é trazer a vacinação para março, até mesmo porque muitas redes de educação vão começar o retorno agora", informou Donizette.

Compra de vacinas

Os prefeitos Rafael Greca (Porto Alegre), Emanuel Pinheiro (Cuiabá) e Bruno Reis (Salvador) também informaram a Pazuello que têm interesse em adquirir a vacina por conta dos próprios municípios, e pediram apoio ao ministro.

Bruno Reis disse que Salvador já fechou uma carta de crédito com o Banco do Brasil, mas a ação foi barrada na Índia "porque a embaixada colocou óbice". "Faço um apelo, não queremos disputar com o governo federal, mas seria importante permitir que estados e municípios pudessem comprar para garantir a imunização", disse o prefeito.

O ministro pediu paciência e assegurou que, em cerca de 15 dias, o país estará produzindo o imunizante "a pleno". "Produzindo a pleno, é vacina na veia todos os dias", concluiu o ministro, de acordo com a frente.

Segundo o presidente da FNP, Pazuello pediu ainda que laboratórios que tenham ofertas de vacinas entrem em contato direto com o ministério. Assim, a pasta cuidará da distribuição aos estados e municípios, depois das possíveis negociações.

"Isso é realmente uma obrigação do governo federal. Muitas vezes o município quer fazer a compra para ele, mas nós temos um programa nacional", ressaltou Donizette.

Outros pontos

Além da campanha de vacinação, os prefeitos discutiram o pagamento de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) do governo federal aos municípios. Segundo Donizette, o governo federal destacou que irá pagar pelo funcionamento os leitos de UTI durante os meses de janeiro e fevereiro.

De acordo com Pazuello, o pagamento não foi feito porque a Lei Orçamentária ainda não foi aberta no Congresso Nacional. "O ministério está com expectativa de receber um crédito adicional de R$ 2,8 bilhões para fazer o pagamento, porque algumas prefeituras ainda não receberam", explicou Donizette.

Os prefeitos e o ministério negociam: Pazuello quer custear apenas os leitos ocupados, mas os chefes dos municípios pedem que ao menos 70% dos leitos disponíveis também sejam pagos pela Saúde.



Integrantes da frente também solicitaram campanhas de comunicação na televisão, voltadas para a conscientização sobre a vacina. O ministro acolheu a sugestão e pediu que os prefeitos enviassem outras ideias ao ministério. Além disso, ficou estabelecida uma reunião da FNP com diretores da Saúde a cada dez dias, para avaliar a situação da imunização em cada região do país.

Além de Jonas Donizette, participaram da reunião os prefeitos David Almeida (Manaus/AM), Edvaldo Nogueira (Aracaju/SE), Edmilson Rodrigues (Belém/PA), Rafael Greca (Curitiba/PR) e Sebastião Melo (Porto Alegre/SE).

Emanuel Pinheiro (Cuiabá/MT), Bruno Reis (Salvador/BA), Eduardo Paes (Rio de Janeiro/RJ) e Duarte Nogueira (Ribeirão Preto/SP) também estiveram presentes no encontro.

A Frente Nacional de Prefeitos reúne as 412 cidades com mais de 80 mil habitantes, o que representa todas as capitais, 61% da população e 74% do PIB do país.