Cortes ameaçam até unidades da PGR, no Amazonas

O próximo procurador-geral da República terá de cortar gastos da instituição e fechar procuradorias em municípios. A disputa pelo cargo cria fortes embates internos e é alvo de críticas

Cortes ameaçam até unidades da PGR, no Amazonas

O próximo procurador-geral da República terá de cortar gastos da instituição e fechar procuradorias em municípios, além de enfrentar pressões, como a oficialização da lista tríplice para escolha do chefe do Ministério Público Federal (MPF). O corte de verbas ameaça até as duas unidades no Amazonas, Estado que detém um dos menores números do País.

Neste contexto, a disputa pela chefia do Ministério Público Federal tem como um dos temas principais a recomposição dos vencimentos da carreira, que perdeu o direito ao auxílio-moradia em 2018.

Com um orçamento previsto de R$ 4 bilhões e uma folha de pagamento que cresce ano a ano, o MPF deve encolher de tamanho para cumprir a Emenda Constitucional 95, que estabeleceu o teto de gastos, e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Também terá de definir prioridades para atuação de seus integrantes em meio a divisões na carreira que opõem os jovens aos velhos, conservadores e progressistas, o topo e a base da carreira e os integrantes da "Lava Jato" e os que criticam decisões da força-tarefa de Curitiba.

"Em face dos limites referentes ao novo regime fiscal, será necessário um enxugamento vigoroso de gastos de custeio", afirmou o subprocurador-geral Mario Bonsaglia, um dos candidatos ao cargo. Ele esteve entre os três mais votados pela categoria nas duas últimas eleições para procurador-geral feitas pela Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR).

Na década passada, o MPF pôs em prática um plano de expansão de suas sedes, criando procuradorias no interior dos Estados. A limitação orçamentária fez o órgão fechar sedes no Rio Grande do Sul e no Paraná em uma movimento que deve crescer. São Paulo, por exemplo, tem 33 sedes no interior do Estado.