Na contramão do SUS, Hospital Adriano Jorge quer terceirizar laboratório

Na contramão do SUS, Hospital Adriano Jorge quer terceirizar laboratório

"Quero denunciar desta tribuna virtual que o médico Ayllon Menezes de Oliveira, diretor-presidente da Fundação Hospital Adriano Jorge está com uma ideia que não é das melhores. O Hospital tem um laboratório de análises clínicas de primeiro mundo e agora ele está querendo privatizar os serviços, ou seja, ao invés de usar o laboratório público, quer contratar um outro laboratório, particular, que cobra dez vezes mais do que custa o laboratório público para prestar esses serviços", disse.

Para Serafim, a saúde pública é penalizada pela utilização do modelo de privatização, que contraria a lei do SUS (Sistema Único de Saúde) e é danoso aos cofres públicos do Estado.

"Ao longo do tempo temos visto uma ânsia de privatização, terceirização, quarteirização e quinteirização dos serviços da Saúde. Na CPI, tivemos a oportunidade de constatar que esse caminho é um desastre. O que todos nós esperávamos é que a roda do destino mudasse e o governo do Estado seguisse por outros caminhos e não mais por aqueles que deram errado, inquestionavelmente", lamentou.

O líder do PSB na Casa Legislativa solicitou aos órgãos de fiscalização e ao governo do Estado que tomem providências quanto à proposta de terceirização de serviços do laboratório do Hospital Adriano Jorge

"A partir de hoje, as autoridades da cúpula do Estado e da Saúde têm conhecimento da pretensão do diretor do Adriano Jorge. Isso vai dar em outra CPI, outro inquérito, outra denúncia no MPF (Ministério Público Federal), na PGR (Procuradoria-Geral da República), busca e apreensão. O que a gente quer é que as pessoas tenham saúde, porque com saúde elas vão viver melhor. Agora se tivermos a Casa da Moeda à disposição com esse modelo que está aí, vai faltar dinheiro", alertou o parlamentar.

Outra situação constatada pela CPI da Saúde, composta pelos deputados Delegado Péricles (PSL), Fausto Júnior (PRTB), Dr. Gomes (PSC), Wilker Barreto (Podemos) e Serafim, foi o superfaturamento superior a 1000 % em exames preventivos ao câncer em mulheres, realizados pela empresa Norte Serviços Médicos.

"Um serviço que custou R$ 60 mil, foi quarteirizado e a empresa cobrou R$ 860 mil. Cinco deputados, a olho nu, sem muitos recursos técnicos, chegaram à conclusão que aquilo era uma picaretagem grossa. Agora, depois do nosso trabalho, espero que os órgãos de fiscalização e controle acordem para esse problema", concluiu.