Trabalho análogo à escravidão: vinícolas pagam R$ 7 mi em indenização
No dia 28 de fevereiro, a Polícia Rodoviária Federal e o Ministério do Trabalho fizeram uma operação de resgate de 207 trabalhadores que sofreriam maus-tratos e trabalhavam em condições sub-humanas.
“A Salton e as demais vinícolas construíram conjuntamente com o Ministério Público do Trabalho procedimentos para fortalecer a fiscalização de prestadores de serviços para evitar que episódios lastimáveis voltem a ocorrer. Além disso, o acordo prevê, também, ampliar boas práticas com relação à cadeia produtiva da uva junto aos seus produtores rurais”, anunciou a Salton em nota.
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O comunicado também deixa claro que o TAC “não significa e não deve ser interpretada como assunção de culpa ou qualquer responsabilidade por parte das vinícolas pelas irregularidades constatadas na empresa prestadora de serviços Fênix Serviços Administrativos”. O valor de R$ 7 milhões será dividido pelas três vinícolas.
A Fênix, responsável pela contratação dos trabalhadores, não aceitou qualquer acordo com o MPT.
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O caso
Empregados pela Fênix Prestação de Serviços, que operava de forma terceirizada em vinícolas, como Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi, três homens decidiram, no dia 21 de fevereiro, enviar um vídeo no grupo de WhatsApp da empresa para denunciar as condições de trabalho. Na gravação, o trio, encharcado, revela o prato de comida que havia recebido: arroz, feijão e frango com aspecto estragado. Os responsáveis não gostaram e, por isso, veio a punição.
“Eles entraram no quarto, trancou a gente e bateu spray de pimenta no rosto. Nos espancaram com cadeira, me deram choque. Eu estou aqui todo quebrado. Trancou a gente no quarto, dizendo que ia matar a gente. A gente fugiu pela janela. A gente está dentro do mato escondido. Estamos pedindo socorro”, conta o homem, em tom desesperado, em áudio obtido pela PRF.
A partir desse áudio, a PRF acionou outras autoridades e a operação teve início.
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