Professor é preso ao simular enforcamento durante protesto

Com o nome de "O Enforcamento do Professor", o homem estava participando de uma manifestação do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus

Professor é preso ao simular enforcamento durante protesto

O professor de Filosofia, Ivan Viana do Nascimento, foi preso após simular um enforcamento, em uma passarela em frente ao Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM), na Avenida André Araújo, bairro Aleixo, zona centro-sul da capital, na manhã desta sexta-feira (21).

O professor Ivan Viana do Nascimento foi preso, na manhã desta terça-feira (21) (Foto: Reprodução)

Com o nome de "O Enforcamento do Professor", o homem estava participando de uma manifestação do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom/Sindical), quando realizou o ato, segundo o coordenador financeiro do sindicato, Lambert Melo.

Viana foi preso por policiais militares e levado ao 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), por volta das 9h30. De acordo com Lambert, os PMs prenderam o professor por acharem que ele estava correndo risco de vida durante o ato. "Nós entendemos que foi um mal entendido ocorrido por parte da polícia que talvez não visse aquilo como uma encenação artística, fazendo parte da manifestação que o sindicato estava desenvolvendo", disse.

Ainda conforme o coordenador financeiro da Asprom, a performance contou com todos os condicionamentos de segurança necessários para o ato. "O professor, que também é ator, tem experiência nesse tipo de atuação", declarou ele, afirmando, ainda, que a Asprom já encaminhou o advogado responsável pelo sindicato ao 1º DIP para intervir em nome do grupo. Aproximadamente 200 professores compareceram à manifestação que terminou por volta das 11h.

Ato

Com relação ao objetivo da manifestação, Lambert informou que ela tentou criticar a decisão do desembargador Elci Simões de Oliveira, acatada no dia 12 de abril deste ano, pelo TJAM, que exigia a suspensão da greve, sob risco de pagamento de R$ 100 mil por dia, por parte do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), caso voltassem a fazer greve que paralisasse aulas de escolas da rede pública.

No documento do TJAM, o desembargador criticou a prática de greve pela categoria. "A meu ver, em juízo sumário, os professores não possuem direito à greve diante da essencialidade dos serviços prestados por eles, embora muitas vezes não recebam a devida atenção por parte dos Chefes do Poder Executivo", escreveu.

Para Lambert, a decisão acatada pelo TJAM é contrária à Constituição Federal. "Queríamos cobrar que isso fosse revisto", disse. O representante da Asprom/Sindical informou, também, que a manifestação se destinou a criticar o processo aberto pelo Fórum Permanente de Conselheiros e Ex-Conselheiros Tutelares do Amazonas (Fectam), neste domingo (19), que pedia o retorno às atividades escolares, por parte dos grevistas, sob pena de prisão de todos os membros das diretorias executivas do Sinteam e da Asprom/Sindical, em caso de descumprimento.