Equipe de Guedes diz que exclusão de categorias do congelamento de salários foi 'bola nas costas'

A decisão do Congresso Nacional, que contou com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, de excluir categorias do congelamento de salários como contrapartida para o socorro a [...]

Equipe de Guedes diz que exclusão de categorias do congelamento de salários foi 'bola nas costas'
A decisão do Congresso Nacional, que contou com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, de excluir categorias do congelamento de salários como contrapartida para o socorro a estados e municípios, foi classificada pela equipe de Paulo Guedes como "uma bola nas costas".

"Levamos uma bola nas costas, nosso próprio time jogou contra nós, e em defesa de corporações que têm estabilidade, não correm risco de perder o emprego nem redução de salários, enquanto os trabalhadores do setor privado estão sendo demitidos", desabafou um assessor direto do ministro da Economia, Paulo Guedes.

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Segundo esse interlocutor, o ministro ficou muito "irritado", principalmente com o líder do governo na Câmara dos Deputados, Victor Hugo (PSL-GO), que mandou um recado para Paulo Guedes durante a votação, ao dizer que era líder do governo, e não de um ministro.

O problema, dizem assessores de Paulo Guedes, é que a exclusão de categorias do congelamento de salários até 31 de dezembro de 2021 contou com o apoio do presidente.

"Nestes temas, é difícil, o presidente sempre acaba ficando do lado das corporações, é o eleitorado tradicional dele, e a gente acaba perdendo", afirmou um assessor do ministro.

Apesar da irritação, o ministro foi aconselhado a não reagir para não gerar maiores turbulências na economia, num dia em que o dólar já está subindo, chegando perto de R$ 5,80.

"O pessoal do Palácio do Planalto parece não entender. A crise do Moro é política. A do Paulo Guedes, seria econômica. Mas ele tem responsabilidade com o país, vai continuar seu trabalho porque tem um desafio enorme pela frente", desabafou um interlocutor do ministro.

Pela proposta inicial do Ministério da Economia, negociada com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o congelamento de salários de servidores iria gerar uma economia de R$ 130 bilhões até o final do próximo ano como contrapartida ao socorro a Estados e municípios, que irá atingir mais de R$ 120 bilhões. Com as mudanças feitas no Senado e na Câmara, a economia vai cair para R$ 43 bilhões.

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