Prefeito de Manaus diz não entender destinação de apenas 40 mil doses de vacina ao município

Prefeito de Manaus diz não entender destinação de apenas 40 mil doses de vacina ao município

Com estimativa de receber 101.115 mil doses da vacina Coronavac, a Prefeitura de Manaus recebeu 40.072 mil do Ministério da Saúde. O prefeito David Almeida afirmou que esperava mais dosagens e torce para que nas próximas distribuições o número seja maior. "Não entendemos essa decisão de 40 mil doses para Manaus", disse o prefeito.

Nesta segunda-feira, 18, o Amazonas recebeu 256 mil doses do Plano Nacional de Imunização. "Não quero criar polêmica, porque mais da metade da população do Amazonas vive em Manaus. Não é hora de ficar brigando, é hora de cobrar sim", disse Almeida ao lançar a campanha na rede municipal nesta terça-feira, 19.

"Da população médica, quase 70% dos profissionais estão em Manaus, daí não entendemos essa decisão de apenas 40 mil doses para Manaus, mas que nas próximas distribuições Manaus seja melhor contemplada", disse o prefeito.

A Prefeitura de Manaus deve vacinar dois grupos prioritários neste momento: profissionais da Saúde e indígenas na área rural do município. São 19.250 profissionais e 386 indígenas, eles devem receber as duas doses da vacina, com o intervalo de duas a quatro semanas entre a primeira e a segunda dose. Os outros grupos prioritários devem aguardar a chegada de mais remessas, que ainda não têm previsão.

Na manhã desta segunda-feira, a técnica de enfermagem Lidiane Almeida foi a primeira profissional de saúde vacinada pela Prefeitura de Manaus.

O prefeito informou que a estrutura para a vacinação está pronta e que tem equipe para vacinar até 60 mil pessoas por semana. "Temos todo um planejamento e vamos até os grandes hospitais públicos, estamos prontos e preparados", disse.

Isolamento

Almeida atribui ao isolamento geográfico de Manaus a dificuldade para obter a vacina de forma mais rápida. "Este povo que preserva a floresta e que vive no isolamento é punido por preservar", declarou Almeida durante a cerimônia que marcou o início da vacinação dos primeiros 20 mil profissionais da rede municipal de saúde. "A punição foi tão grande que pagamos com mortes", acrescentou.

"Em nenhuma cidade do Brasil vai acontecer o que aconteceu com Manaus porque (no resto do país), em 36 horas, qualquer caminhão, qualquer transportadora, entrega o produto de que hoje precisamos", disse o prefeito ao criticar a não pavimentação da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho (RO).

Segundo Almeida, depois que o aumento do consumo de oxigênio medicinal superou a capacidade de produção das fornecedoras locais, parte do produto passou a ser adquirido de outras regiões e transportado até Belém, de onde é levado para Manaus em balsas, em uma viagem que chega a durar cinco dias.

"Em cinco dias morrem todos", disse Almeida. "Será que o Brasil e o mundo não percebem que aquilo que deveria contar a nosso favor em função da preservação ambiental, serviu como uma sentença de morte" disse Almeida, que completou "Que lógica há nisso?" disse o prefeito, criticando as manifestações populares contrárias ao fechamento de atividades não-essenciais ocorridas em Manaus, em dezembro.

Agência Brasil