"Queremos tornar a vida do corrupto mais trabalhosa", diz Marcelo Calero

“No primeiro dia de mandato, o prefeito [Eduardo Paes (DEM)] abriu quatro investigações preliminares, que é um instrumento para gente colecionar dados a partir dos quais decidiremos a respeito da instauração de um inquérito administrativo propriamente dito”, afirmou (confira a partir de 8"44"").

As investigações tratam do suposto esquema de cobrança por contratos com a prefeitura, batizado de QG da Propina, da contratação de servidores comissionados para atrapalhar jornalista, os Guardiões do Crivella, do contrato do Hospital de Campanha do Riocentro e da compra de equipamentos médicos. De acordo com Calero, foram comprados itens “sem que houvesse um planejamento da sua utilização”. “Estou falando de equipamentos de raio-X, por exemplo. Foram comprados mais de 130, sendo que apenas para 30 há algum tipo de utilização possível”, disse (9"30”).

Calero afirmou que as diligências “têm encontrado indícios que confirmam a necessidade uma investigação”, mas ponderou que “entrar em detalhes seria muito antecipatório da minha parte” (10"23”).

Todos os integrantes do primeiro escalão da nova gestão municipal precisaram responder um questionário com informações detalhadas sobre renda e patrimônio, incluindo bens no nome de filhos e cônjuges. O documento é uma das medidas adotadas para evitar novos casos de corrupção.

“Nós não temos a pretensão de dizer que a corrupção vai acabar ou não vai acontecer por causa da adoção desses mecanismos. Corrupção é igual água, ela sempre encontra um caminho para escoar, para acontecer. O que nos cabe fazer como gestores é criar um ambiente hostil à corrupção. Um ambiente em que o corrupto se veja desconfortável para a sua atuação. Tornar essa atuação cada vez mais custosa, cada vez mais trabalhosa”, explicou (11"31”).

Calero disse não temer ameaças e represálias. “Confio nas instituições que estão trabalhando conosco”, afirmou (13"10”).

Mais sobre o assunto

Apesar de ter se licenciado da Câmara dos Deputados para assumir o posto na Prefeitura do Rio de Janeiro, Calero afirmou que participará das principais votações da Casa. “Eu estou como secretário, mas em nenhum momento abri mão do meu mandato, o mandato que me foi conferido pelas urnas, pelos cariocas”, disse (2"20”).

O primeiro retorno a Brasília será para participar das eleições para a presidência da Casa. “Eu entendo que há determinados momentos que, sim, a minha participação na Câmara dos Deputados será requerida de uma forma mais direta, mais contundente, mais intensa. A primeira delas se refere à eleição do presidente da Câmara. Eu estarei presente, participarei da eleição, votarei sem dúvida alguma”, afirmou. Calero adiantou que seguirá a orientação de seu partido e votará em Baleia Rossi (MDB).

Na entrevista ao Metrópoles, Calero também falou sobre a expectativa do governo municipal do Rio de Janeiro para o início da vacinação contra a Covid-19, do Carnaval fora de época após a pandemia e do financiamento público das escolas de samba. Outro assunto é a possível candidatura do apresentador de televisão Luciano Huck à Presidência da República nas eleições de 2022.

Confira a entrevista: