Advogado se torna réu após ofensas homofóbicas contra promotora
“[ ] Ao tecer uma série de comentários totalmente desconexos com o julgamento de dois policiais militares que ali transcorria em novembro do ano passado, "imbuído de especial ânimo de segregação à orientação sexual e à identidade de gênero do grupo LGBTQI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queer, intersexuais, assexuais e outros)"”, informa trecho da denúncia.
O advogado, que é ex-PM da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), também foi acusado de ter injuriado a promotora Cláudia Ferreira Mac Dowell. De acordo com o MPSP, Vendramini “ofendeu a dignidade e o decoro da vítima”.
O órgão compartilhou parte do laudo transcrito na ação no qual diz não saber se ela é casada, mas nota uma aliança na mão esquerda dela. Cláudia é lésbica e feminista.
“O pessoal fala muito da Rússia eu sô fã do Putin. Sô fã do Putin lá não tem boi não. Lá não tem passeata gay Rússia não. E os comunistas adoram né os comunistas a-do-ram Vai sê gay lá na Rússia pá vê o que acontece o Putin. Eu acho que a a a a democracia da Rússia é a democracia que eu gosto ”, disse o advogado.
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“Neste contexto, como transcrito, fez a menção à aliança que a vítima utilizava em um dos dedos, comentando que acreditava que a família deveria ser preservada, com intuito claro de ofender diretamente a promotora de Justiça, a qual faz parte da comunidade vulnerável acima descrita”, detalha trecho da denúncia do MPSP.
Bolsonarista, Vendramini dedica sua carreira a defender policiais militares de homicídio. O advogado compartilha nas redes sociais mensagens de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, além de fotos e montagens com o mandatário.
Ele também se diz opositor do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, por “não concordar com suas ações ou declarações”.
Em 2018, tentou se eleger deputado federal em São Paulo pelo antigo partido de Bolsonaro, o PSL. No entanto, não foi eleito.