Flávio Bolsonaro e advogadas estiveram 3 vezes com Receita para pedir dados

Flávio Bolsonaro e advogadas estiveram 3 vezes com Receita para pedir dados

Segundo o gabinete da Receita, as reuniões ocorreram em 26 de agosto, 4 de setembro e 17 de setembro deste ano. As informações foram obtidas pela revista Época.

Brasília (DF), 06/11/2018 Senador Flavio BolsonaroLocal: Brasilia Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).Hugo Barreto/Metrópoles

Brasília (DF), 06/11/2018 Senador Flavio BolsonaroLocal: Brasilia

Hugo Barreto/Metrópoles

Brasília (DF), 06/11/2018 Senador Flavio BolsonaroLocal: Brasilia Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

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A primeira reunião ocorreu em 26 de agosto, com as advogadas do senador: Luciana Pires e Juliana Bierrenbach. Já em 4 de setembro, apenas Juliana Bierrenbach esteve no local. Por fim, em 17 de setembro, Flávio e Luciana Pires compareceram.

As informações foram obtidas pela revista por meio da Lei de Acesso à Informação, após pedido apresentado pelo deputado Ivan Valente, do PSol de São Paulo.

Esses encontros aconteceram depois que a defesa de Flávio fez movimentos a fim de levar ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) uma tese com o objetivo de anular a investigação do caso Queiroz.

A reunião entre as advogadas de Flávio, o presidente Bolsonaro, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, se deu no gabinete presidencial, no dia 25 de agosto.

Foi quando a defesa do filho do presidente apresentou documentos que, na visão das advogadas, provariam a existência de uma organização criminosa instalada na Receita Federal.

Já em 29 de setembro, Flávio encontrou-se com o diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados do governo (Serpro), Gileno Gurjão Barreto, em Brasília, para pedir que a empresa federal de dados que corroborassem a tese da defesa do zero um e que a Receita havia se negado a fornecer.

Questionada sobre as entradas e saídas registradas de Flávio em sua sede, a Receita afirmou que cabe ao Ministério da Economia fornecer as informações.

Rachadinhas

Flávio Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pela prática de rachadinha na época em que era deputado estadual na capital fluminense. O crime consiste no confisco de parte dos salários dos funcionários, o que caracteriza desvio de dinheiro público. O caso foi revelado em dezembro de 2018, depois da eleição de Bolsonaro para a Presidência e pouco antes de sua posse.

Em novembro, o MPRJ apresentou denúncia contra Flávio por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O senador foi apontado como líder da organização criminosa, que teria desviado R$ 6,1 milhões entre 2007 e 2018, segundo os investigadores.

O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio e amigo da família Bolsonaro há mais de 30 anos, seria o operador do esquema de corrupção.

O MPRJ aponta que parte do dinheiro desviado foi usado para pagar despesas pessoais do filho do presidente.

A investigação identificou ao menos uma oportunidade em que o PM aposentado pagou, com dinheiro vivo, boletos da escola das filhas do senador. A Promotoria afirma ser dinheiro da “rachadinha”.