Após ciclone, Moçambique tem primeiros casos de cólera e espera epidemia

Cinco casos foram registrados em Beira, cidade mais atingida pelo Idai

Após ciclone, Moçambique tem primeiros casos de cólera e espera epidemia

O governo de Moçambique confirmou na quarta-feira, 28, o registro de casos de cólera na região de Beira, a cidade mais afetada pela passagem há duas semanas do ciclone Idai, que deixou 750 mortes já confirmadas e milhares de pessoas desabrigadas.

"Temos cinco casos confirmados de cólera em Beira e seus arredores", declarou o diretor nacional de saúde, Ussein Isse. "Haverá mais casos porque a cólera é uma epidemia, mas estamos colocando em prática medidas para limitar o impacto", ressaltou.

De acordo com Isse, o governo investirá em uma campanha emergencial de vacinação. Um milhão de doses de vacinas contra a cólera devem chegar neste fim de semana à região.

No domingo 24, o ministro do Meio Ambiente de Moçambique, Celso Correia, já havia alertado que uma epidemia da doença era "inevitável", dada a estagnação da água e a falta de higiene nos abrigos de sobreviventes.

A cólera é adquirida por bactérias em água ou comida contaminada, que se instalam no intestino delgado fazendo com que o corpo perca muita água. Osaneamento de esgoto e o tratamento da água, impossíveis na situação de Moçambique, reduziram drasticamente a ocorrência da doença pelo mundo.