Profissionais da Maternidade Azilda Marreiro, no Galiléia, fazem ação de promoção do aleitamento materno.

Profissionais da Maternidade Azilda Marreiro, no Galiléia, fazem ação de promoção do aleitamento materno.

Enfermeiros, técnicos de enfermagem e profissionais da Maternida Azilda Marreiro, fizeram ação de conscientização sobre a importância do Aleitamento Materno. Lembrando que de 01 a 07 de Agosto acontece a Semana Mundial do Aleitamento Materno. A Ação contou com a participação da Diretora Geral da Maternidade - Juliana Evangelista, do Gerente Técnico - Dr. Igor Taques, do Gerente Administrativo Financeiro - Fabio Ricelle, do Gerente de enfermagem Rafael Gonçalves e de Guilherme Veríssimo  - Gerente de Serviços Especializados. 

Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil apenas 40% das mulheres que acabaram de ter filhos têm o hábito de amamentar. No Amazonas a situação é pior: apenas metade pratica o ato, conforme levantamento preliminar.

Interrupções constantes do sono, feridas nos seios, problemas inerentes à criança e falta de prática são alguns dos fatores responsáveis pela baixa incidência, de acordo com a coordenadora estadual de Saúde da Criança, Rhamilly Amud Karam, que abordou o tema na abertura da Semana Mundial do Aleitamento Materno em Manaus.

A campanha é promovida pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam) e continua até o dia 7 deste mês com uma série de atividades que visam incentivar a sociedade na defesa desse ato. Entres os principais benefícios do aleitamento materno estão o desenvolvimento saudável da criança, criação de vínculos entre mães e filhos e ativação das diversas conexões cerebrais do bebê.


"A criança que não toma leite materno pode desenvolver hipertensão, diabetes e obesidade. Isso tem efeitos sociais, econômicos e no desenvolvimento do bebê", destaca Rhamilly. "A mulher precisa ser apoiada desde o pré-natal. Há mulheres que amamentam tranquilamente, outras sentem dificuldade. O bico fere, ela não encontra a posição correta, o bebê tem problemas... por isso, há desistência da amamentação na primeira semana (de vida)", explica a coordenadora.

O foco da campanha deste ano é a rede de apoio à mulher, enfatizando a atenção paterna e familiar no auxílio e na facilitação dessa atividade, uma das principais influências da diminuição da mortalidade infantil no país. "Historicamente, sabe-se que apenas a mãe e o bebê são incluídos nesse processo. É uma questão de conduta social. Precisamos rever esse conceito", analisa Dayana Souza, secretária executiva de saúde da capital.

Segundo Rhamilly, não há dados conclusivos sobre o índice de mulheres que costumam dar o leite materno a seus filhos no Amazonas. No entanto, levantamento prévio feito pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) da Susam estima que apenas cerca de 50% da população feminina do Estado compartilha desse hábito.

A ação de ontem fez parte das ações do "Agosto Dourado", mês de incentivo ao aleitamento, cuja programação será vasta.

Dificuldades

A enfermeira Samanta Evangelista confessa que sentiu dificuldades ao dar o alimento ao filho Gabriel nos três meses e meio após o parto. No entanto, ela garante que não abre mão dos benefícios do que costuma chamar de "vacina natural", inclusive por razões profissionais.

"Ao fazer a orientação, falo às pacientes que o leite materno é a vacina do bebê. É um remédio que nós, mulheres, temos a capacidade de produzir. Não há indústria no mundo que possa imitar", conta. "E os bebês que acabaram de receber vacina conseguem se recuperar dos efeitos mais rápido", observa. "É um processo muito complicado. Depois da fase inicial, é como andar de bicicleta, você pega o ritmo e não desaprende mais", ilustra a enfermeira.