Porteiro preso por reconhecimento fotográfico no RJ finalmente é solto

Paulo Alberto da Silva Costa, porteiro de 36 anos que foi preso há três anos com base apenas em reconhecimento fotográfico, finalmente conseguiu a liberdade.

Porteiro preso por reconhecimento fotográfico no RJ finalmente é solto

“O mais difícil foi ficar longe da minha família. Você quer mostrar que é inocente, mas não tem como. Se não fosse minha família, Deus em primeiro lugar, não sei”, disse Paulo Alberto na saída do presídio. Bastante emocionado ao lado da mãe e da irmã, o porteiro agradeceu muito a todos que ajudaram a reparar tamanha injustiça.

A chuva forte não foi suficiente para impedir a mãe de Paulo, dona Maria José Vicente, de ir receber o filho. E considerou a saída do porteiro como um presente do Dia das Mães.

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“O melhor presente que eu já tive na minha vida. Ter meu filho em casa não tem preço. É um momento família. É tudo. É muito importante. O coração está batendo muito forte”, afirmou Maria José. “Até hoje a gente não entende o porquê disso, mas, graças a Deus, descobriram que o meu filho é um trabalhador e tem família. Nós não abandonamos ele em momento nenhum”, lembrou a mãe.

Paulo Alberto, por sua vez, só falava em ver os filhos. Também preferiu não citar qualquer tipo de ressentimento. “Deixa Deus no controle, Deus sabe de tudo. Nesse momento, só tenho que agradecer. Quero ver meus filhos agora mesmo, ficar com minha família e poder trabalhar”, disse.

Ainda de acordo com o porteiro, a família o manteve forte durante todo esse tempo. “O mais difícil foi ficar longe da minha família. Você quer mostrar que é inocente, mas não tem como. Se não fosse minha família, Deus em primeiro lugar, não sei. Só agradecer mesmo o pessoal que me ajudou. Que Deus abençoe todos eles. Só quero ficar perto da minha família mesmo. A força vinha da minha família a todo tempo. Eu só tenho a agradecer”, destacou.

O caso

Costa foi preso há três anos atrás após uma revista de policial. Ele, que é negro, é alvo de 62 ações penais e condenado em 11 delas. A autoria do crime foi comprovada apenas por reconhecimento fotográfico. Por isso, na última quarta-feira (10/5) o Superior Tribunal de Justiça (STJ) afirmou que a Polícia Civil do RJ não produziu outras provas para comprovar os supostos crimes.

Assim, o porteiro deveria ser libertado imediatamente. O que não impediu que a Justiça do Rio de Janeiro demorasse mais de 48 horas para cumprir a decisão.

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