Sob pressão, Anderson Torres depõe na Polícia Federal
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres tem depoimento marcado para 14h30 desta segunda-feira (8/5) na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília.
Torres falar na PF no dia 24 de abril. Porém, a defesa dele pediu que a oitiva fosse adiada por causa do estado emocional do ex-ministro. Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o laudo da Secretaria de Saúde do DF, segundo o qual o ex-ministro teve medicações ajustadas e possui acompanhamento médico frequente. Mas definiu que ele fosse ouvido até esta segunda.
De acordo com a decisão de Moraes, Torres pode ficar em silêncio. Porém, Eumar Roberto Novacki, advogado de Torres, afirmou que o ex-ministro “vai esclarecer o que for perguntado”.
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O ex-ministro chega à oitiva sob pressão. Documento obtidos pela CNN mostram que ele esteve na Bahia seis dias antes do segundo turno das eleições presidenciais. Ele fez uso de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para conversar com o superintendente da PF na Bahia, o delegado Leandro Almada.
Torres chegou a Salvador no dia 24 de outubro e conversou com Almada no dia 25. A reunião seria para falar sobre das operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições.
Ex-Ministro da Justiça, Anderson Torres Anderson Torres, ex-secretário Eduardo Bolsonaro Ibama detectou sumiço de 7 aves em extinção na casa de Anderson Torres Foto-pgr-chegando-para-depoimento-de-anderson-torres (4) Foto-pgr-chegando-para-depoimento-de-anderson-torres (1) Anderson Torres e preso pela Policia Federal ao desembarcar em Brasilia-01 0Procedimento administrativo e visitas
Além disso, de acordo com a coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, a cúpula da PF tem como certa a expulsão Torres dos quadros da corporação. O ex-ministro enfrenta um procedimento administrativo e terá o salário suspenso.
“Para piorar a situação do ex-ministro de Bolsonaro, há um entendimento da cúpula da PF de que a expulsão é inevitável. A demissão poderá ocorrer antes mesmo de eventual condenação judicial. Há precedentes similares na Polícia Federal”, diz a coluna.
Nos últimos dias, cinco senadores visitaram Torres: Márcio Bittar, do União Brasil, Eduardo Gomes, Rogério Marinho, Magno Malta e Jorge Seif (os quatro últimos do PL). Flávio Bolsonaro e Marcos do Val tentaram se encontrar com Torres, mas o ministro Alexandre de Moraes não autorizou.
De acordo com a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, Torres chorou durante a conversa com os senadores. Uma psicóloga da carceragem afirmou que o ex-ministro tem um quadro emocional preocupante.
Entenda
Torres está preso desde 14 de janeiro em função das investigações sobre possíveis omissões de autoridades durante os atos golpistas ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro. Ele chefiava a Segurança Pública do DF quando ocorreram as invasões nas sedes do Congresso, STF e Palácio do Planalto.
O ex-ministro cumpre a prisão no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará (DF), desde que voltou ao Brasil.
Torres viajou aos Estados Unidos antes dos atentados contra o resultado das urnas, o que levantou suspeitas de conivência ou omissão.
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