Dengue: com casos em alta, Saúde lança campanha para combater epidemia

O Ministério da Saúde está em alerta com o número de casos e óbitos por dengue e outras arboviroses no país.

Dengue: com casos em alta, Saúde lança campanha para combater epidemia

Como parte das estratégias, nesta quinta-feira (4/5) o ministério lança a Campanha Nacional para Controle da Dengue, Zika e Chikungunya. De acordo com o informe semanal mais recente divulgado pela pasta, em 28 de abril, o país já registrou 899.555 casos prováveis de dengue e 333 mortes só neste ano de 2023. O número de casos é 30% maior que no mesmo período do ano passado.

O informe ressalta que o “número de casos prováveis de dengue no Brasil em 2023 ultrapassou o limite máximo esperado, considerando a série histórica”. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste concentram o maior coeficiente de incidência, ou seja, o número de novos casos notificados a cada 100 mil habitantes.

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Os estados com maior incidência são Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre e Rondônia. Dentre os 333 óbitos já confirmados pela doença até o momento, 175 eram mulheres (52,5%) e 150 tinham mais que 69 anos (45%).

Os arbovírus são doençs disseminadas por artrópodes, como mosquitos. No Brasil, os mais frequentes são os transmitidao pelo Aedes aegypti: dengue, zika e chikungunya.

Em relação à chikungunya, o ministério registrou 86.901 casos prováveis, aumento de 40% em relação ao mesmo período em 2022. Já os episódios de zika saltaram 289% entre o mesmo período de 2022 e 2023: até o momento, 6.295 casos prováveis foram contabilizados.

Estratégias de enfrentamento

Na reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de março, que envolve o ministério, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), foram apresentadas estratégias de combate ao mosquito que podem ser implementada pelos entes federativos daqui para frente.

A apresentação mostrou maior efetividade no controle feito nas áreas de alta transmissão das doenças. Para isso, é necessário identificar os chamados “hotspots”, pontos estratégicos onde se concentram um maior número de contaminações.

As estratégias vão desde as tradicionais borrifações de inseticidas e eliminação de criadouros dos mosquitos ao uso de tecnologias de pesquisa. Entre elas, a inoculação da bactéria Wolbachia nos insetos, que impede que eles transmitam as doenças; a liberação de mosquitos estéreis e as estações disseminadoras de inseticida, onde um inseto pousa, entra em contato com o inseticida e leva o material para os criadouros, infectando outros mosquitos.

“A proposta que a gente traz é como usar esse conjunto de estratégias no território. Pensamos inicialmente em um corte populacional de municípios com população maior ou igual a 100 mil habitantes, que passassem por uma estratificação de risco nacional que considera a persistência de epidemias”, explicou a coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses, Livia Carla Vinhal Frutuoso.

Resposta coordenada e combinada

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou na ocasião a importância de “transformar o assunto de pesquisas bem pactuadas, do ponto de vista acadêmico, em uma ação programática de vigilância, de maneira bem consistente”. Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel destacou: “Estamos enfrentando nesse momento, com as arboviroses, muitas internações e óbitos, o que exige uma resposta mais coordenada e combinada”.

O ministério já enviou equipes técnicas para oito estados que sinalizaram situação de epidemia por arboviroses: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, São Paulo, Santa Catarina, Bahia e Paraná. A partir das estratégias apresentadas, a equipe da pasta elabora um manual de implementação e uma proposta de escalonamento.

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