"Achei que era alguém brincando", diz jovem que perdeu parte do braço em ataque de tubarão
O incidente com Kaylanne aconteceu em 6 de março, quando a adolescente aproveitava o feriado da Data Magna de Pernambuco com os amigos. No momento em que nadava por um trecho da praia, a jovem foi surpreendida pela mordida do tubarão quando estava no seu primeiro mergulho no mar.
“Depois de 10 minutos, eu senti duas pressões. Até pensei: "Tem alguma coisa aqui". Na hora, eu achei que era alguém brincando, porque tinha muita gente ao meu redor”, declarou a adolescente à reportagem.
Kaylanne contou que frequentava a praia de Piedade e tinha o costume de entrar no mar e se sentia segura devido a presença dos arrecifes. “Ali, é considerado uma área segura, sempre foi”, afirmou a jovem.
Primeiro, o animal mordeu a barriga da jovem e, nesse momento, ela tentou acertar o tubarão com o braço, que acabou sendo mordido pelo peixe.
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“Eu ainda duvidava. Pensei: "Isso não está acontecendo comigo, é um pesadelo". Achei que eu ainda ia acordar. Minha ficha só caiu na ambulância”, contou Kaylanne.
Quando tentava sair da água a jovem se desesperou, pois não avistou ninguém entrar no mar para ajudá-la. Apesar do momento de agonia, um rapaz conseguiu tirar Kaylanne da água e levá-la até a faixa de areia.
Fora da água, a adolescente lembra que pediu aos gritos para que as pessoas que estavam no local parassem de filmar.
“Ninguém me respeitou na hora. Eu entendo que é uma coisa que todo mundo quer gravar, mostrar que está acontecendo, só que, na hora, eu não estava pensando nisso, só pensava que eu ia ficar sem braço para o resto da minha vida”, ressaltou a jovem.
O pai da adolescente, Wilque Barros Freitas, estava em casa no momento do ataque e foi às pressas para a praia. No momento em que chegou ao local, Kaylanne estava na ambulância.
“A gente já está procurando um psicólogo para cuidar dela, e alguns até se ofereceram. Fico muito feliz de ver que tem gente assim no mundo”, declarou Wilque.
Recomeço
Com parte do braço esquerdo amputado, Kaylanne luta para se adaptar às novas condições. “Durante 15 anos da minha vida, eu passei com meu braço inteiro. Eu renasci, e vou ter de reaprender a fazer tudo de novo”, explicou.
Após o ataque, a adolescente e a família receberam diversos comentários maldosos sobre o incidente. “Vi alguns comentários falando: "Ela sabia que era assim". Se eu soubesse, eu não teria ido. Eu nunca iria planejar ficar sem a metade do meu braço”, relatou a jovem.
No Instagram, a família divulgou uma campanha para arrecadar dinheiro a fim de comprar uma prótese e arcar com os remédios do tratamento. A vaquinha virtual arrecadou até esta quinta-feira R$ 19 mil.
“A gente tenta olhar pelos pontos positivos. Graças a Deus, ela está viva, e isso é o que importa”, declarou o pai.
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