Senadora quer que Senado ouça indígenas sobre troca de ouro por vacina
A associação indígena foi a responsável pelo ofício enviado ao Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y), denunciando o caso. Conforme os relatos, garimpeiros teriam subornado servidores do DSEI-Y com ouro, para receber algumas das doses do imunizante no lugar dos indígenas.
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Durante audiência pública nesta quarta-feira (15/3), a senadora do Maranhão citou a reportagem e a gravidade das denúncias, e sugeriu que a comissão convide a HAY para prestar esclarecimentos sobre as suspeitas de extravio de vacina.
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A parlamentar questionou ainda o presidente da Missão Evangélica Caiuá, Geraldo Silveira Filho, se ele tomou conhecimento dos relatos, em meio à crise de Covid-19.
A missão religiosa tem um acordo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, e é responsável pela gestão de nove convênios nos estados de Acre, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Roraima – ente eles, o território Yanomami.
“Nossos colaboradores ouvem muita coisa. Provavelmente houve algum relato, devem ter relatado para o coordenador da área, e ele pediu que a informação seja comunicada ao DSEI-Y, porque é uma área muito delicada. A gente não se envolve na área de como a vacina chega. Como ela vai chegar, se vai chegar não nos envolvemos nessas questões”, respondeu Silveira Filho.
A Comissão Temporária sobre a Situação dos Yanomami promove uma audiência pública, na manhã desta quarta-feira (15/3). O objetivo do encontro é debater a visão dos povos indígenas sobre a crise nas terras Yanomamis, com foco nas causas e possíveis soluções de curto, médio e longo prazo para o problema.
Denúncias
Segundo a reportagem, durante a crise sanitária de Covid-19, garimpeiros subornaram servidores do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y) com ouro, para receber no lugar dos indígenas algumas das preciosas doses da vacina contra o coronavírus.
A denúncia consta em ofício enviado ao coordenador do DSEI-Y, ao secretário Especial de Saúde Indígena e ao Ministério Público Federal (MPF), em abril de 2021, pela Hutukara Associação Yanomami, entidade que representa o povo.
Em março daquele ano, o Brasil vivia a segunda onda da doença e conseguiu a marca de maior média diária de mortes por Covid do mundo, além de alto nível de óbitos por milhão de habitantes.
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