Ex-ministro Ricardo Salles lamenta não ter conseguido "passar boiada"
“Infelizmente, não [consegui passar a boiada] porque o Brasil padece de um grande arcabouço burocrático irracional. Se tivéssemos condições de desburocratizar o país, o Brasil estaria muito melhor. “Não tem nada a ver com a situação da Amazônia”, afirmou o deputado federal nesta quinta-feira (9/2), em entrevista ao UOL.
“Minha fala na reunião ministerial, embora seja, por alguns, propositalmente manipulada, eu falei que todos os ministérios ( ) do Brasil precisam, e já passou da hora, de fazer um esforço muito grande de desburocratizar. Isso que quis dizer com passar boiada, e se tivesse acontecido, Brasil estaria em situação muito melhor”, completou.
Mais sobre o assunto
Política Igor Gadelha Salles rejeita assumir Comissão do Meio Ambiente da Câmara no 1º ano
Política Salles faz acordo para encerrar ação do período que atuou com Alckmin
Guilherme Amado Ricardo Salles perto de vitória na Justiça de São Paulo
O teor da reunião de Bolsonaro com seus ministros foi revelado após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello liberar o vídeo do encontro, após Sérgio Moro, então desafeto do presidente, acusar interferência na Polícia Federal.
“A oportunidade que nós temos, que a imprensa está nos dando um pouco de alívio nos outros temas, é passar as reformas infralegais de desregulamentação, simplificação ( )”, afirmou o então ministro do Meio Ambiente na reunião.
“Estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid-19, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De Iphan, de Ministério da Agricultura, de Ministério do Meio Ambiente, de ministério disso, de ministério daquilo. Agora é hora de unir esforços pra dar de baciada a simplificação, é de regulatório que nós precisamos, em todos os aspectos”, completou.
Situação Yanomami
Salles, ao comentar a situação dos povos Yanomami, disse que a situação é “antiga” e negou ter ajudado a facilitar o garimpo na região. Na entrevista, o parlamentar ainda citou um boato já desmentido pelo Ministério da Saúde de que os Yanomamis seriam, na verdade, venezuelanos.
“A palavra genocídio me parece um pouco exagerada. ( ) A definição jurídica do termo genocídio não me parece que seja a mais adequada, mas, claro, não serei eu que vou fazer essa qualificação”, disse.
Em nota pública, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que a situação da população Yanomami é resultado da omissão do Estado brasileiro em assegurar a proteção de suas terras durante a gestão de Bolsonaro.
“Com efeito, nos últimos anos verificou-se o crescimento alarmante do número de garimpeiros dentro da TI Yanomami, estimado em mais de 20 mil pela Hutukara Associação Yanomami”, observa a nota.
Irregularidades na campanha
Nesta quinta, a Procuradoria Regional Eleitoral recomendou a desaprovação das contas de campanha de Salles, após apontar seis irregularidades na declaração enviada à Justiça.
No caso dos gastos irregulares com o fundo eleitoral, o MP especifica que Salles não discriminou serviços como a publicidade de materiais impressos, locação de veículos e pré-instalação de comitê de campanha. Já os gastos utilizando o fundo partidário se referem a eventos de promoção de candidatura.
The post Ex-ministro Ricardo Salles lamenta não ter conseguido “passar boiada” first appeared on Metrópoles.