Câmara aprova PEC da Transição com R$ 145 bi por 1 ano em primeiro turno
Foram 331 votos sim e 168 votos não.
Diferentemente do texto que foi aprovado pelo Senado Federal, em 8 de dezembro, os deputados fizeram alterações após uma série de acordos. Entre elas, o maior impasse era a respeito do tempo de vigência da proposta, que foi reduzido de dois para um ano.
Ao todo o texto prevê o impacto de R$ 168 bi.
A aprovação aconteceu acontece após uma série de reuniões da equipe do governo eleito com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Lira recebeu o grupo do petista na Residência Oficial nos últimos dias para costurar um acordo com deputados da base e de centro, mais conhecidos como centrão.
A proposta amplia em R$ 145 bilhões o teto de gastos para garantir o Bolsa Família de R$ 600 em 2023, além de outras promessas de campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A PEC também reserva R$ 23 bilhões para recompor o Orçamento deste ano. O texto foi aprovado em meio às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar inconstitucionais as emendas de relator, mais conhecidas como “orçamento secreto”, e à determinação de retirada do benefício social do teto de gastos.
Autorizada por Gilmar Mendes, a exclusão de recursos para pagamento de benefícios de renda mínima da regra tira a pressão do futuro presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para aprovar a PEC. Caso o governo eleito opte por um “plano B” para financiar o pagamento de R$ 600, ele terá mais segurança jurídica. Poderá utilizar, por exemplo, uma medida provisória.
votacaocamara (13)votacaocamara (8)votacaocamara (7)votacaocamara (3)votacaocamara (15)votacaocamara (14)votacaocamara (9)votacaocamara (2)votacaocamara (6)votacaocamara (4)votacaocamara (12)votacaocamara (5)votacaocamara (1)votacaocamara (10)votacaocamara (11)0Acordo sobre orçamento secreto
Uma das principais alterações no texto trata de um dispositivo sobre as emendas de relator, mais conhecidas como “orçamento secreto” pela falta de transparência. A ferramenta virou uma espécie de “moeda de troca” dentro do Parlamento.
Após a decisão do STF pela incostitucionalidade das emendas de relator, o Congresso encontrou na PEC uma saída para a regulamentação. O relatório de Elmar Nascimento também incluiu artigos para acomodar o remanejamento dos R$ 19,4 bilhões previstos para as emendas de relator no Orçamento de 2023.
A matéria determina que, do montante de R$ 9,5 bi, 2/3 sejam destinados às bancadas da Câmara dos Deputados e 1/3 encaminhados para o Senado Federal. Ficando R$ 6,33 bi e R$ 3,17 bi respectivamente. Além disso, devem ser aprovadas no limite de 2% da receita corrente líquida do exercício anterior ao do encaminhamento do projeto, sendo que a metade destinada a ações e serviços públicos de saúde.
O texto também libera o espaço de R$ 9,5 bi para controle do Poder Executivo, nas chamadas RP2.
O texto de Elmar avalia que considera “equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria”.
Veja detalhes do texto:
- Verba de R$ 145 bilhões para manter o Auxílio Brasil, que voltará a ser Bolsa Família, em R$ 600 com adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos;
- Prazo de um ano: 2023;
- Redirecionamento de R$ 23 bilhões para consolidar as contas do atual governo;
- Encerramento do teto de gastos após um anos e deixar nas mãos do novo governo a elaboração de nova regra fiscal, a ser encaminhada até agosto;
- Prorrogação da Desvinculação de Recursos da União (DRU) até o final de 2024, permitindo ao governo remanejar verbas orçamentárias no total de 30%.
Além disso, a PEC também retira das limitações do teto de gastos:
— As doações para projetos socioambientais e relacionados às mudanças climáticas;
— As doações recebidas por universidades federais;
— A transferência de recursos dos estados para União executar obras e serviços de engenharia.
Votação no Senado
Mais cedo, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e do Congresso Nacional, afirmou, que, se houvesse alterações no texto da PEC da Transição pela Câmara dos Deputados, a mesa do Senado Federal convocaria uma sessão ainda neste dia para votar novamente a proposta, no entanto, o texto ainda perece de votação em segundo turno.
Com a aprovação pelos deputados e senadores, a matéria segue para promulgação, que deve acontecer entre os dias 21 e 22 de dezembro em sessão do Congresso Nacional.The post Câmara aprova PEC da Transição com R$ 145 bi por 1 ano em primeiro turno first appeared on Metrópoles.