Mãe de menino que teve rosto tatuado em desconhecido é alvo de racismo

Mãe de menino que teve rosto tatuado em desconhecido é alvo de racismo

Segundo a mãe, as mensagens foram enviadas via inbox por seguidores do profissional Neto Coutinho. A fotografia do pequeno Ayo foi parar em um concurso de tatuagem, após ter sido reproduzida no braço de uma pessoa branca, que ela sequer sabe a identidade.

“Teve ofensa contra mim, sofri racismo, racismo religioso e ameaça contra o Ronald”, relatou.

“Vou na delegacia e vou expor as fotos e os nomes de todos os familiares do netocoutinhotatoo que estão vindo ao meu direct, tentar tirar o resto de sanidade que me resta, tentando me desestabilizar, que inclusive são perfis públicos. Também vou expor os seguidores do netocoutinhotatoo que estão praticando crimes de racismo contra mim e contra a minha religião”.

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Na próxima terça-feira (13), Ayo completa 5 anos e Preta lamenta que ainda não ter conseguido identificar quem foi o tatuado, e não ter tido retorno sobre a remoção da imagem. A mãe da criança disse que se sente “exausta, abalada psicologicamente e fisicamente”.

“11 dias após essa denúncia feita por mim e pelo fotógrafo Ronald e não apareceu o tatuado, o tatuador não resolve a situação da remoção. O rosto do meu filho continua no corpo de um homem estranho. E quem se dizia arrependido, quem pediu desculpas a mim e ao meu filho, segue a vida trabalhando tranquilamente, enquanto estou aqui, sem dormir, sem conseguir produzir na faculdade, sem conseguir gerir minha empresa”.

 

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Prêmio nacional

O tatuador Neto Coutinho conquistou o segundo lugar na categoria Portrait na Competição Tattoo Week, em São Paulo, em outubro, com uma reprodução da imagem de um menino negro sem autorização dos pais da criança e do fotógrafo responsável pela imagem, Ronald Santos Cruz.

A mãe do menino, que mora na Zona Norte do Rio de Janeiro, denunciou o caso nas redes sociais. Ela soube por meio de um internauta que o rosto do filho de apenas 4 anos estava tatuado no corpo de uma pessoa desconhecida.

Tanto Preta quanto o fotógrafo chamaram a atenção para o fato de que a pessoa que recebeu a tatuagem é branca e a criança, negra. “O que choca é o cidadão branco usar de uma criança negra para tatuar em seu corpo, cujo a criança ele nunca avistou em sua vida”, escreveu o fotógrafo, em suas redes sociais.

Desculpas

Após a denúncia, o tatuador publicou uma nota nas redes sociais afirmando que “encaminha seu profundo pedido de desculpas, principalmente aos pais, familiares e à própria criança”.

“Há de se evidenciar que, no caso em apreço, o artista Neto Coutinho pautou a execução da tatuagem sem o nível de informação necessária, reconhecendo o equívoco cometido, mas – sobretudo – sem qualquer intenção de trazer prejuízo para quem quer que seja”, continua.

Por fim, o comunicado diz que “haverá um canal contínuo de diálogo junto aos envolvidos para a minimização de eventuais danos sofridos.”

Há cerca de uma semana, ele postou um novo posicionamento informando que tem ficado longe das redes sociais e pediu que “nenhuma pessoa ataque ninguém”.

Veja a nota:

 

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