PL recorre de multa de R$ 22,9 milhões e diz que não quis "tumultuar"

PL recorre de multa de R$ 22,9 milhões e diz que não quis

O recurso pede que o bloqueio de contas seja derrubado, e que a multa seja anulada. O PL ressalta que a decisão do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, determinava o bloqueio do Fundo Partidário, mas que contas com verbas de outras origens também foram travadas. Desse modo, caso a multa seja mantida, o partido solicita que a suspensão torne-se parcial.

“O Partido Liberal renova, nesta oportunidade, a afirmação que jamais teve a intenção de causar qualquer tumulto ao processo eleitoral e que, em nenhum momento, atuou com desprezo à essa d. Justiça Eleitoral ou má-fé processual. Por tais fundamentos, pugna pela revogação da multa imposta, dada a ausência de má-fé por parte do requerente”, diz o recurso ao sugerir que a “a imposição da multa por litigância de má-fé merece ser revisitada”.

“Ao contrário do que determinado por Vossa Excelência, a Secretaria deste Tribunal, ao dar cumprimento ao decisum, terminou bloqueando TODAS as contas bancárias vinculadas ao Partido Liberal, desbordando claramente dos comandos decisórios, que impuseram apenas e tão-somente o bloqueio e a suspensão do fundo partidário”, descreve o documento.

De acordo com o PL, “não apenas a conta bancária específica com os valores oriundos do Fundo Partidário foi bloqueada, mas também as demais contas titularizadas pelo Partido Liberal, inclusive aquela destinada aos Recursos Próprios do Partido Liberal”.

Mais sobre o assunto

A sigla argumenta que há “claro e inegável extrapolamento do objeto da decisão” e afirma que o bloqueio total “tem a capacidade de gerar graves e irreparáveis prejuízos à agremiação, porquanto, ao fim e ao cabo, impede o seu próprio funcionamento”. O partido termina o recurso solicitando que o bloqueio para pagamento da multa, caso o recurso seja negado, se limite a 10% do “quantum mensal a que faz jus o Partido Liberal, sob pena de inviabilizar a atividade partidária.”

O TSE havia bloqueado R$ 13.599.298,26 da conta do Partido Liberal (PL) como parte do confisco necessário para o pagamento da multa. Inicialmente, a multa definida por Moraes deveria ser paga pela coligação que apoiou a tentativa de reeleição de Bolsonaro – formada, além do PL, por PP e Republicanos. Os dois partidos, porém, recorreram ao TSE para dizerem que não foram consultados pela sigla do mandatário na ofensiva contra o sistema eleitoral.

No documento apresentado, argumentam que Valdemar Costa Neto agiu de “maneira isolada” e que “não foram consultados” sobre a ação no TSE. Dessa forma, o PL foi condenado a pagar todo o valor sozinho.

Relembre o caso

A contestação apresentada pelo PL ao TSE citava como argumentos supostas falhas na individualização dos “LOGs” dos equipamentos fabricados antes de 2020 e utilizados na votação deste ano. No relatório, o partido de Bolsonaro, que perdeu a eleição para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alega haver “desconformidades irreparáveis no funcionamento das urnas”.

Para a coligação de Bolsonaro, a partir da auditoria realizada apenas com base nos resultados decorrentes das urnas do modelo UE2020, consideradas idôneas pela coligação, o resultado é diferente do divulgado em 30 de outubro. Bolsonaro teria 51,05% dos votos válidos contra 48,95% de Lula.

As urnas de modelo 2020 representam 40,82% do total das urnas usadas no 2º turno. Ou seja, o pedido do PL é para que os votos computados em 59% das urnas sejam desconsiderados, caso os problemas apontados restem provados. O questionamento é sobre 279,3 mil urnas das 472 mil usadas nas eleições.

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