Desmatamento na Amazônia cai pela primeira vez desde 2017, diz Inpe

Desmatamento na Amazônia cai pela primeira vez desde 2017, diz Inpe

Na prática, a área degradada equivale a duas vezes o tamanho do Distrito Federal.

Houve uma queda de 11%, no entanto, em relação ao período anterior (agosto de 2020 a julho de 2021), o que surpreendeu cientistas, uma vez que o Deter, sistema de alertas do Inpe, indica um aumento do desmate na região.

Essa é a primeira queda desde 2017.

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Área de mineração próximo a cidade de Porto Velho (RO). Mineração de cassiterita (minério de estanho)Igo Estrela/Metrópoles

Imagem colorida mostra desmatamento na Amazônia / MetrópolesPainel do fogo, combate ao fogo na Amazônia. Porto Velho (RO), 28/09/2021

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Publicidade do parceiro Metrópoles 1Amazonia desmatamento280921-IE-painel-do-fogo-combate-ao-fogo-na-amazonia-097-600x400

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Apesar disso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) termina o mandato com o maior crescimento de desmatamento na Amazônia Legal em relação à média dos governos anteriores.

Segundo o Prodes, o desmate cresceu 59,5% entre 2019 e 2022, em relação aos quatro anos anteriores.

“O regime Bolsonaro foi uma máquina de destruir florestas. Pegou o país com uma taxa de 7,5 mil km² de desmatamento na Amazônia e o está entregando com 11,5 mil km². A única boa notíca do governo atual é o seu fim”, afirma Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Os dados de 2022 também revelam uma explosão do desmatamento no Amazonas, o único a ter aumento no corte raso neste ano. Foram derrubados 2,6 mil km², um incremento de 13% em relação a 2021.

Mais sobre o assunto

O Pará, mesmo com a redução de 21%, ainda lidera o ranking, com 4,1 mil km² desmatados em neste ano.

“Parte dessa redução pode ser explicada por ações de controle de órgãos estaduais de meio ambiente, mas parte também pode ser explicada pelo aumento das chuvas em Mato Grosso e Pará”, comenta Tasso Azevedo, coordenador técnico do Observatório do Clima.

O consórcio MapBiomas, coordenador por Azevedo, encontrou indícios de ilegalidade em 98% dos desmatamentos em 2021. Em contrapartida, os órgãos de controle só atuaram em 27% da área desmatada.

“A impunidade ainda predomina e precisa ser enfrentada com determinação no novo governo”, avalia.

Sistemas

A taxa divulgada nesta quarta-feira é do sistema Prodes, que calcula o dado oficial de desmatamento a cada 12 meses (medidos sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte).

Um outro sistema do Inpe, o Deter, que vigia as motosserras em tempo quase real, produz dados de alertas de desmatamento para orientar a fiscalização (que ficou essencialmente inoperante neste governo).

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