Lula avalia senadores em ministérios, mas não pode perder peso na Casa
Dos senadores aliados (entre aqueles já em exercício e os eleitos), Lula cogita ao menos oito em ministérios. Os nomes mais fortes são de Flávio Dino (PSB-MA), Wellington Dias (PT-PI) e Jaques Wagner (PT-BA). O trio é cogitado para pastas importantes na Esplanada, como Justiça, Casa Civil, Economia (pasta que deverá ser desmembrada em pelo menos duas, Fazenda e Planejamento) e Defesa.
foto-7-senador-eleito-flavio-dino-entrevista-metropoles-09112022Apos reunia?o do IX Forum Nacional de Governadores no Palacio do Buriti, os Governadores Ibaneis Rocha do Distrito Federal e Wellington Dias do Piaui 3Jaques WagnerO senador Carlos Fávaro fala durante sessão em comissão do SenadoHumberto CostaSenador Randolfe RodriguesOtto AlencarJC_Governador-Ceara-Camilo-Santana-coletiva-de-imprensa-apos-reuniao-com-Dilma-Rousseff_201603020002 (1)0O ex-governador do Maranhão Flávio Dino tem duas suplentes mulheres: Ana Paula Lobato (PSB), vice-prefeita da cidade maranhense Pinheiro, e Lourdinha (PCdoB), vereadora do município de Coroatá. Ambas são ideologicamente aliadas a ele, mas a preocupação é que nenhuma tem a experiência política de Dino.
O ex-governador do Piauí Wellington Dias, que já foi senador entre 2011 e 2014, tem como suplentes dois petistas: Jussara Lima e José Amauri, o que também confere tranquilidade em uma eventual licença dele do cargo, mas incorre na mesma questão de Dino, que é deixar a vaga com nomes com menos expressão.
Por sua vez, o primeiro suplente de Jaques Wagner — que já foi ministro tanto de Lula quanto de Dilma — é Bebeto, do PSB, partido da base. No entanto, a segunda suplente é Luciana Leão Muniz, do PL, partido de Bolsonaro. Assim como Dino e Dias, Wagner é tido como valioso no Senado em razão de sua habilidade política.
Outros senadores aliados cotados para ministérios são Carlos Fávaro (PSD-MT) e, com menos chances, Humberto Costa (PT-PE), Otto Alencar (PSD-BA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Camilo Santana (PT-CE).
A indicação de Carlos Fávaro para o Ministério da Agricultura é bem recebida por expoentes do setor, mas sua possível nomeação como ministro pode ocasionar ampliação da base bolsonarista no Senado. Interlocutores do parlamentar confirmaram ao Metrópoles que o congressista está em “conversas avançadas” para assumir o comando da pasta. Hoje, ele integra o Gabinete da Transição.
Fávaro foi eleito em 2020 em eleição suplementar após cassação da ex-senadora juíza Selma Arruda. A primeira suplente do ruralista é Margareth Buzetti (PP). Margareth é empresária, votou em Bolsonaro e liderou movimentos femininos de apoio à reeleição do presidente no Mato Grosso, o que gera preocupação para a equipe de Lula.
Mais sobre o assunto
Guilherme Amado Eleições 2022 Bolsonaro vence Lula na disputa pelo Senado e elege dobro de candidatos
Guilherme Amado Senador ruralista de Mato Grosso perde força para assumir Agricultura
Blog do Noblat No Grupo de Transição, já tem disputa nos primeiro e segundo escalões
Saúde
Dois nomes entre os aliados de Lula disputam a preferência do novo governo pelo comando do Ministério da Saúde no Senado. Entre eles, o petista Humberto Costa desponta como favorito justamente pela experiência prévia como titular da pasta. O petista comandou o ministério no início do primeiro mandato do presidente eleito, em 2003 – ocasião em que ficou responsável pela criação do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu).
Além disso, Costa abriu mão de disputar o governo de Pernambuco em 2022. O PT acabou não elegendo o aliado Danilo Cabral (PSB-PE), que sequer disputou o segundo turno.
O único empecilho é o temor do governo petista em, com a saída de Costa, enfraquecer a bancada no Senado. O primeiro suplente do senador pernambucano é Waldemar Oliveira, filiado ao Avante, legenda sem representatividade na Casa Legislativa.
Outro nome ventilado é o de Otto Alencar (BA). Médico de formação, o senador é filiado ao PSD e sua promoção a ministro da Saúde implicaria em aceno a Gilberto Kassab, presidente da sigla.
Recentemente, a coluna Igor Gadelha noticiou que o ex-prefeito de São Paulo requisitou o comando de dois ministérios para a legenda no novo governo, apesar de não ter apoiado o petista nas eleições. A mudança não implicaria em eventual desfalque da bancada do PSD no Senado. Isso porque o suplente de Otto Alencar é Abel Rebouças, que também é filiado à legenda.
Randolfe e Camilo
Atual líder da oposição no Senado Federal, Randolfe Rodrigues também integra a lista de cotados para assumir o comando de um ministério no novo governo. Projetado nacionalmente pela vice-presidência da CPI da Covid-19, o senador atuou como coordenador de campanha de Lula durante as eleições e também trabalha junto ao petista no Gabinete da Transição.
É um dos nomes ventilados para o Meio Ambiente (para o qual tem sido muito citado o nome de Marina Silva, da Rede, deputada federal eleita por São Paulo). A ida de Randolfe à Esplanada desfalcaria a base aliada do governo. O primeiro suplente do senador é o policial civil Alberto David, que recentemente migrou do Patriota para o PSD. O Patriota chegou a flertar com o presidente Bolsonaro quando o mandatário do país estudava uma legenda para concorrer à reeleição neste ano, mas acabou escolhendo o PL de Valdemar Costa Neto.
Eleito pelo Ceará, Camilo Santana (PT) aparece como um dos favoritos de Lula para o comando de uma das pastas decorrentes do desmembramento da Economia. Além do currículo e da boa receptividade do mercado, pesa a favor do ex-governador do estado o fato de ambas as suplentes do senador eleito, Augusta Brito e Janaina Farias, serem filiadas ao PT, o que não afetaria na composição da base aliada do novo governo na Casa.
Composição das bancadas
Nas eleições deste ano, das 27 vagas disponíveis, uma por unidade da Federação, o atual chefe do Executivo conseguiu eleger 16 candidatos aliados, enquanto Lula elegeu apenas oito nomes. São eles:
- Renan Filho (MDB-AL);
- Omar Aziz (PSD-AM);
- Otto Alencar (PSD-BA);
- Camilo Santana (PT-CE);
- Flávio Dino (PSB-MA);
- Beto Faro (PT-PA);
- Teresa Leitão (PT-PE);
- Wellington Dias (PT-PI).
O petista teve um desempenho abaixo do esperado nas urnas, tanto no cenário presidencial quanto nas vagas em disputa para o Senado.
Já Bolsonaro conseguiu eleger oito senadores do PL, dos quais três são ex-ministros: Tereza Cristina (PL-MS), Rogério Marinho (PL-RN) e Marcos Pontes (PL-SP). Há ainda dois ex-ministros recém-eleitos: Damares Alves (Republicanos-DF) e Sergio Moro (União-PR), além do ex-secretário da Pesca Jorge Seif (PL-SC).
The post Lula avalia senadores em ministérios, mas não pode perder peso na Casa first appeared on Metrópoles.