MP pedirá novo julgamento para réu absolvido por morte de radialista

MP pedirá novo julgamento para réu absolvido por morte de radialista

Djalma era acusado de ser um dos articuladores do assassinato. De acordo com os promotores Renata de Oliveira Marinho e Sousa, José Carlos Miranda Nery Júnior, Maurício Gonçalves de Camargos, Sebastião Marcos Martins, que atuaram na acusação, além do advogado Valério Luiz de Oliveira Filho, que atuou como assistente de acusação, o órgão entrará com recurso junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), para recorrer da decisão. Segundo eles, há provas claras da participação de Djalma no crime e sua absolvição mostra uma incoerência dentro do julgamento.

Imagem colorida mostra quatro homens sentados. O de camisa branca é Maurício Sampaio, ex-presidente do Atlético Goianiense, clube da Série A. O dirigente foi condenado por ser mandante da morte do radialista Valério Luiz, ocorrida em Goiânia (GO), em 2012 - Metrópolesjurivalerioluiz

Maurício Sampaio (de camisa branca), ex-presidente do Atlético Goianiense, foi condenado pela morte do radialista Valério Luiz, ocorrida em Goiânia (GO) em 2012TJGO

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Valério Luiz foi assassinado na rua em 2012Reprodução

Publicidade do parceiro Metrópoles 1Foto colorida mostra radialista Valério Luiz, assassinado em Goiás em 2012 - MetrópolesValério Luiz

Valério Luiz, cronista esportivo morto em Goiás em 2012Reprodução

Mauricio Sampaio, GoiásMauricio Sampaio, Goiás

Mauricio Sampaio, GoiásReprodução

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Conforme o MPGO, os promotores devem avaliar se também vão recorrer das penas dos outros quatro condenados: o empresário Maurício Borges Sampaio (condenado a 16 anos de prisão); Ademá Figuerêdo Aguiar Filho (16 anos de prisão); Marcus Vinícius Pereira Xavier (14 anos de prisão), e Urbano de Carvalho Malta (14 anos de prisão). O primeiro por ser o mandante do assassinato e os outros três por participarem do planejamento e execução do crime.

Eles foram condenados pelo planejamento e execução do homicídio, praticado a tiros à luz do dia, logo após o cronista esportivo sair da rádio onde trabalhava, em Goiânia. O crime foi na tarde de 5 de julho de 2012, em região nobre da cidade.

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Dificuldades do julgamento

Durante coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (10/11), Sebastião Marcos Martins relembrou os 10 anos que o processo levou para chegar ao julgamento de fato. O promotor elogiou o trabalho da Polícia Civil durante as investigações e também o empenho da família da vítima em não deixar que o caso caísse no esquecimento. “Só esse ano foram quatro sessões tentadas de júri”, pontuou. “Agora, o resultado do julgamento, apesar de positivo, não nos atendeu totalmente, já que houve uma absolvição”, enfatizou o promotor.

As dificuldades em todo o processo também foram destacadas pela promotora Renata de Oliveira Marinho e Sousa. Segundo ela, houve clara provocação por parte da defesa em criar situações para tumultuar o julgamento. “Só no STJ foram oito recursos apresentados. Todos os pontos desse processo foram alvo de algum tipo de recurso”, lembrou. Confiando no peso de todas as provas colhidas, a promotora acredita que mesmo que haja recursos por parte da defesa dos acusados haverá ponderação das instâncias superiores da Justiça.

Tentativa em vão

Antes do início do julgamento, a defesa de Maurício Sampaio entrou com um habeas corpus preventivo e com um pedido para tirar o julgamento da capital goiana para o interior do estado de Goiás. Até ali, o júri já tinha sido adiado quatro vezes.

O crime teria sido motivado pelas críticas recorrentes que ele fazia à diretoria do Atlético Goianiense. Maurício Sampaio, que já foi presidente do clube, era vice-presidente à época.

O acusado seguia como dirigente da agremiação pelo menos até a última eleição, ocorrida em setembro deste ano.

Réus

Conforme as investigações, Sampaio foi o mandante do crime. Já o funcionário dele, Urbano de Carvalho Malta, teria auxiliado na contratação de outras pessoas para executar o crime. Ele inclusive teria monitorado os últimos passos do radialista e estava morando em uma casa de Sampaio perto da rádio em que a vítima trabalhava.

O açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier era acusado de ter emprestado a moto e capacete para o cometimento do crime, além de guardar a arma. O policial militar Ademá Figueiredo era acusado de executar o jornalista a tiros. Depois, ele fugiu em uma motocicleta. Já o policial Djalma da Silva era acusado de tentar atrapalhar as investigações.

Adiamentos

O primeiro adiamento do júri popular ocorreu em abril de 2019, quando o então juiz Jesseir Coelho de Alcântara alegou falta de estrutura para realização do julgamento. Na época, o magistrado alegou que a precariedade de dormitórios para os jurados, falha no fornecimento de alimentos, falta de cadeiras confortáveis e espaço limitado seriam motivos para o adiamento.

O júri foi remarcado para 2020, mas precisou ser novamente adiado. Desta vez, por causa da pandemia da Covid-19. Já em 2021, o julgamento foi adiado após uma troca repentina de advogados solicitada pelo cartorário Maurício Sampaio.

Em junho deste ano, o julgamento foi novamente adiado depois que um jurado passou mal durante a madrugada e saiu do hotel em que estava isolado, de acordo com o juiz Lourival Machado. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), o mal-estar e a falta de condições para esse jurado participar da sessão foram constatados, já em plenário, por médico da instituição.

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