ONGs esperam que governo Lula priorize metas do Acordo de Paris

ONGs esperam que governo Lula priorize metas do Acordo de Paris

Entre os objetivos do Acordo de Paris está a redução das emissões a partir do desmatamento e da degradação florestal, agricultura de baixo carbono e a diminuição da desflorestação.

Os compromissos do acordo foram assinados por mais de 196 países, além do Brasil e estabeleceram metas importantes para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C.

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Na COP27, pesquisadores brasileiros participam de painéis realizados no Brazil Hub, um local criado por Organizações Não Governamentais que tem como objetivo discutir ideias para conter as mudanças climáticas.

Nesta quarta-feira (9/11), o coordenador técnico do Observatório do Clima e coordenador geral do Sistema de Estimativa de Emissões e Remoções de Gases do Efeito Estufa (Seeg), Tasso Azevedo; a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar; a diretora executiva do Imaflora, Marina Piatto; e o gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) apresentaram soluções para atuação do país para mitigação climática.

Segundo os ambientalistas, para conter as mudanças climáticas é importante que setores de uso da terra e da agropecuária reduzam suas emissões em aproximadamente 75%, com base nos dados divulgados pelo Seeg.

“Olhar para essa realidade é a maneira mais barata e eficiente de reduzir as emissões no Brasil. A Amazônia representa 77% das emissões brasileiras por mudanças de uso da terra, sendo que 91% dessas emissões estão diretamente associadas à conversão da floresta para a agropecuária, e têm como principal frente de expansão a ocupação de terras públicas por meio da grilagem”, afirma Ane Alencar.

Os pesquisadores explicam que a agenda ambiental brasileira, diferente de outros países, não utiliza a queima de combustíveis fósseis para geração de energia. Dessa forma, para reduzir as emissões de gases é necessário ações por parte do governo federal e estadual para zerar o desmatamento e investir na agricultura de baixo carbono.

“Hoje, estamos em 1,7 bilhões de toneladas [líquidas] emitidas por ano e a meta para 2025 é reduzir para 1,6 bilhões. Neste momento, o Brasil está se distanciando do objetivo. Para alcançar o compromisso de 2030 estamos mais distantes ainda. Isso significa que o Brasil precisa fazer um esforço importante agora”, avalia Tasso Azevedo.

“É possível chegar lá? Sim. A gente pode chegar a 1 bilhão de toneladas em emissões líquidas se conseguirmos atender às metas de redução do desmatamento e da agricultura de baixo carbono. A agricultura de baixo carbono no Brasil tem que ser tratada como regra e não como a exceção”, acrescentou Azevedo.

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