PT inicia transição de governo nesta quinta; Lula chega a Brasília na 2ª

PT inicia transição de governo nesta quinta; Lula chega a Brasília na 2ª

Lula deve desembarcar na capital federal na segunda-feira (7/11), quando retomará as articulações do processo de transição. O petista passa alguns dias de descanso na Bahia com a esposa, Rosângela Silva, a Janja.

Em Brasília, o próximo chefe do Planalto pretende se reunir na terça-feira (8/11) com a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF); com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e do Congresso Nacional; e com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.

Mais sobre o assunto

A equipe de transição do petista também tem um encontro marcado nesta quinta com o Tribunal de Contas da União (TCU) e com o relator-geral do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI). A prioridade inicial do grupo será analisar a situação fiscal do país, para tentar realizar ajustes que permitam manter o Auxílio Brasil em R$ 600 e aumentar o salário mínimo no primeiro ano de mandato, compromissos feitos durante a campanha.

Em entrevista ao Metrópoles, Castro adiantou que a equipe de transição terá um desafio pela frente: “No Orçamento não tem espaço para nada”. Segundo o emedebista, faltam soluções e sobram problemas.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ao lado de Geraldo Alckmin, seu vice - Metrópolesgeraldo alckmin lula

Geraldo Alckmin é vice-presidente e foi nomeado responsável pela transição de governoFábio Vieira/Metrópoles

Brasília(DF), 23/02/2022 Luciana Lima entrevista Presidente do PT Nacional, Gleisi Hoffmann, na redação do portal Metrópoles. Foto: Gustavo Moreno/ MetrópoleLuciana Lima entrevista Gleisi Hoffmann na redação do portal Metrópoles. Brasília(DF), 23/02/2022

A senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, lidera a atuação da equipe na tentativa de conquistar uma base de apoio no CongressoGustavo Moreno/ Metrópoles

Publicidade do parceiro Metrópoles 1Aloizio Mercadante, responsável pelo plano de governo do petista, no ato neste sábado em São PauloAloizio Mercadante, responsável pelo plano de governo do petista, no ato neste sábado em São Paulo

O ex-ministro Aloizio Mercadante foi responsável pelo plano de governo do petistaFábio Vieira/Metrópoles

ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de Sa?o Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), fazem o ultimo ato de campanha na Rua Augusta, regia?o central de Sa?o Paulo eleicoes 2022 10

O ex-ministro Fernando Haddad, derrotado na disputa ao governo de SP, é um nome cotado para integrar o grupo petistaFábio Vieira/Metrópoles

Publicidade do parceiro Metrópoles 2Coletiva de imprensa sobre passaporte de vacina com os Ministros Ciro Nogueira e Marcelo Queiroga, e Bruno Bianco, advogado-geral da Unia?o 10Coletiva de imprensa sobre passaporte de vacina com os Ministros Ciro Nogueira e Marcelo Queiroga, e Bruno Bianco, advogado-geral da Unia?o 1

O Ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, foi nomeado como representante da base do governo para atuar na transição. Além dele, outros nomes ainda não foram confirmadosIgo Estrela/Metrópoles

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A transição de governo é prevista em lei e em decreto. Cabe à Casa Civil coordenar a entrega de documentos à equipe do presidente eleito. Os nomes de até 50 dirigentes, em diversos setores, devem ser publicados no Diário Oficial da União. Todos os nomeados trabalham até a posse, em 1º de janeiro de 2023, em preparação do novo mandato.

Prioridades

A ideia da equipe petista é começar a transição com foco no acesso a dados do governo federal e sem pressa para anunciar o nome de ministros, até porque essa articulação passa pela prioridade do governo eleito no momento, que é buscar a maioria no Congresso em 2023. A estratégia para facilitar o processo de transição inclui suavizar o discurso bélico com o presidente Bolsonaro.

Gleisi Hoffmann adiantou que “todos os partidos” que apoiaram a candidatura de Lula irão participar da equipe de transição. Ela ressaltou, contudo, que os nomes indicados não devem ser considerados prováveis integrantes do futuro governo. Lula anunciou durante a campanha que pretende governar com ao menos 13 ministérios — mas, evita citar nomes, apesar de possibilidades terem sido ventiladas.

Veja um panorama dos nomes aventados até agora para o ministério de Lula:

 

 

Transição setorial

Entre os nomes cotados para coordenar a equipe — dividida em diversos setores como educação, meio ambiente e economia —, estão políticos que atuaram também como articuladores durante a campanha, como Fernando Haddad (PT), Randolfe Rodrigues (Rede) e André Janones (Avante).

Derrotado na disputa pelo governo de São Paulo e nas últimas eleições presidenciais para o próprio Bolsonaro, o ex-prefeito da capital paulista é querido e respeitado por Lula. O professor chegou a ser ministro da Educação, mas descarta voltar a assumir a pasta. Haddad, no entanto, indicou nomes para equipe que irá cuidar dos assuntos relativos à transição da educação e fará a coordenação de São Paulo. Esse distanciamento é mais um indicativo que ele não pretende aceitar um convite para ser ministro da Educação, caso isso ocorra. O mais provável é que o ex-prefeito fique à frente de pastas como Casa Civil e Planejamento.

Coordenador da campanha vitoriosa de Lula, o senador Randolfe Rodrigues (Rede) também deve fazer parte da equipe na transição. Considerado fundamental em uma entrada mais efetiva de Lula nas redes sociais, o deputado federal André Janones (Avante) também estará mais presente a partir de agora.

Apesar de não se saber de que maneira poderão participar, outros nomes importantes, de agora até o início do próximo governo, devem ser o da senadora Simone Tebet (MDB) e o da ex-senadora Marina Silva (Rede). As duas foram muito presentes na campanha do segundo turno e tiveram atuação reconhecida textualmente por Lula nos agradecimentos públicos após a vitória.

Apoio no Congresso

Gleisi é quem está liderando essa frente. A deputada vem negociando com lideranças que são aliados em potencial, como o presidente do MDB, Baleia Rossi. Apesar de uma ala do partido estar indisposta com o presidente eleito, por ele ter chamado o ex-presidente Michel Temer (MDB) de golpista, há muitos emedebistas que apoiam Lula abertamente, incluindo a senadora Simone Tebet, que foi candidata a presidente pela legenda.

A conversa também já está avançada com o PSD, cujo presidente, Gilberto Kassab, adiantou que deve fazer parte da base aliada no plano federal. Outros partidos que não estão na base de Bolsonaro hoje, como Cidadania, União Brasil e PSDB, também serão chamados pelos petistas para conversar.

Do outro lado, também há movimentação por parte da gestão atual. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), telefonou, na terça-feira (1º/11), para o líder da oposição na Casa, Wolney Queiroz (PDT-PE), a fim de dar início à transição.