Associações criticam bloqueio e alertam para risco de desabastecimento

Associações criticam bloqueio e alertam para risco de desabastecimento

Segundo o balanço mais recente da Polícia Rodoviária Federal, há 267 pontos de interdição ativos nas estradas. Santa Catarina, Pará e Mato Grosso são os estados com maior número de bloqueios. Caminhoneiros a favor do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), ocupam as vias desde a noite de domingo (30/10), quando foi oficializada a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições.

Mais sobre o assunto

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou nota, nesta terça-feira (1º/11), chamando a atenção para o risco de falta de combustíveis, caso as rodovias não sejam desobstruídas rapidamente. A entidade ressalta que a paralisação já afeta o transporte de equipamentos e insumos para hospitais e matérias-primas para a indústria.

Outras organizações também se manifestaram contra o bloqueio das rodovias. A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) informou que aguarda a liberação das estradas “em prol do restabelecimento da normalidade do abastecimento nacional”.

Combustíveis

No Distrito Federal, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicombustíveis-DF) destaca que os reflexos da paralisação começam a ser sentidos nos postos de gasolina, com aumento nos preços.

“Postos do Entorno que recebem combustível de Goiânia já estão sem o produto devido aos bloqueios [nas estradas]. Temos postos em pane seca, e a crise pode chegar ao DF”, alertou o presidente da entidade, Paulo Tavares.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) repudiou os atos: “Quem está desrespeitando a lei e impedindo o direito de ir e vir dos cidadãos e o trabalho dos caminhoneiros são grupos movidos pelo ódio, que não aceitam o resultado democrático e soberano das urnas”, criticou.

Polícia Militar retira apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) da Marginal Tietê, na altura da ponte das Bandeiras, zona norte de São Paulo na manhã desta terça-feira (01). Os apoiadores interditaram a via em protesto contra o resultado das eleições - Metrópolesfoto-10-policia-militar-retira-militantes-bolsonaristas-bloqueio-via-marginal-tiete-sp-01112022

PM de São Paulo conversa com manifestantesFábio Vieira/Metrópoles

Polícia Militar retira apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) da Marginal Tietê, na altura da ponte das Bandeiras, zona norte de São Paulo na manhã desta terça-feira (01). Os apoiadores interditaram a via em protesto contra o resultado das eleições - Metrópolesfoto-4-policia-militar-retira-militantes-bolsonaristas-bloqueio-via-marginal-tiete-sp-01112022

PM de São Paulo conversa com manifestantesFábio Vieira/Metrópoles

Publicidade do parceiro Metrópoles 1Trânsito intenso em rodovia com carros e caminhões parados em consequência de bloqueio de bolsonaristas em rodovias em Santa Catarina - Metrópolesfoto-engarrafamento-bloqueios-rodovia-bolsonaristas-santa-catarina-01112022

SC tem mais de 70 pontos de bloqueio nesta terça-feira (1º/11)Tiago Ghizoni/Diário Catarinense

Apoiadores de Bolsonaro em manifestação- MetópolesFoto-apoiadores-de-bolsonaro-fazendo-manifestação-após-ele-nao-ser-reeleito (5)

Os grupos de manifestantes — compostos, principalmente, por caminhoneiros — não aceitam a derrota de Bolsonaro nas urnas, no segundo turno das eleições de domingo (30/10), e promovem o fechamento de rodovias por todo o paísVinícius Schmidt/Metrópoles

Publicidade do parceiro Metrópoles 2Caminhões de apoiadores de Bolsonaro - MetrópolesFoto-apoiadores-de-bolsonaro-fazendo-manifestação-após-ele-nao-ser-reeleito (4)

As manifestações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) seguiram pela madrugada desta terça-feira (1º/11) por BRs que cortam o Distrito Federal e o EntornoVinícius Schmidt/Metrópoles

Apoiadores de Bolsonaro em manifestação- MetópolesFoto-apoiadores-de-bolsonaro-fazendo-manifestação-após-ele-nao-ser-reeleito (1)

Até por volta das 5h30, carros de passeio estavam liberados para passar. No entanto, houve desentendimento entre caminhoneiros e o restante do grupo, o que levou ao fechamento total da rodovia com uma barreira de pneusVinícius Schmidt/Metrópoles

Publicidade do parceiro Metrópoles 3Caminhoneiros e pessoas ligadas ao agro fecham a BR-251 no quilômetro 14, liberando somente serviços de saúde. Na imagem, caminhões parados e pneus jogados pela terra aparecem atrás de bandeira do Brasil - Metrópolesfoto-bloqueio-caminhoneiros-agro-apoiadores-bolsonaro-estradas-br-01112022

Caminhoneiros bloqueiam vias pelo paísVinícius Schmidt/Metrópoles

Apoiadores de Bolsonaro em manifestação- MetópolesFoto-apoiadores-de-bolsonaro-fazendo-manifestação-após-ele-nao-ser-reeleito (2)

Por volta das 3h desta terça-feira (1º/11), os manifestantes fecharam os dois sentidos da BR-070, que liga Águas Lindas (GO) à capital federalVinícius Schmidt/Metrópoles

Publicidade do parceiro Metrópoles 4Alexandre de Moraes autoriza PM estadual a agir em bloqueios nas rodovias - MetrópolesAlexandre de Moraes autoriza PM estadual a agir em bloqueios nas rodovias

Alexandre de Moraes autoriza PM estadual a agir em bloqueios nas rodoviasVinícius Schmidt/Metrópoles

Polícia Militar retira apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) da Marginal Tietê, na altura da ponte das Bandeiras, zona norte de São Paulo na manhã desta terça-feira (01). Os apoiadores interditaram a via em protesto contra o resultado das eleições - Metrópolesfoto-1-policia-militar-retira-militantes-bolsonaristas-bloqueio-via-marginal-tiete-sp-01112022

PM de São Paulo conversa com manifestantesFábio Vieira/Metrópoles

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Saúde

Setores da saúde também sentem os efeitos das paralisações nas estradas. A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) informou, em nota, que laboratórios registram dificuldades em transportar e abastecer insumos, como reagentes e contrastes, além de carregar amostras de pacientes.

“A situação atual traz risco relevante aos cuidados fundamentais de pacientes portadores de doenças que necessitam de intervenção imediata e contínua”, ressaltou.

Aeroportos

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) manifestou-se sobre o impacto dos protestos no setor aéreo. Segundo a entidade, as empresas podem sofrer com desabastecimento de combustível, caso a situação se mantenha durante o feriado deste 2 de novembro.

“O transporte aéreo também pode ser impactado pela dificuldade de chegada de profissionais, tripulantes e passageiros aos aeroportos, inviabilizando a operação e prejudicando, ainda, atividades essenciais, como o transporte gratuito de órgãos para transplantes e o envio de cargas”, alertou.