Empresa investigada na "Sangria" mantém contrato com o governo Wilson Lima

Empresa investigada na

Manaus – Ao denunciar na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE) que a empresa Proservice Serviços de Apoio à Gestão da Saúde Ltda está sem pagar auxiliares de serviços gerais terceirizados há quatro meses, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) revelou, ainda, que o dono da empresa é Rafael Garcia da Silveira, preso na Operação Sangria em junho de 2021.

De acordo com o deputado, o empresário gaúcho, Rafael era diretor e sócio da empresa Prime, contratada para prestar serviços de lavanderia no Hospital de Campanha Nilton Lins, durante a pandemia da Covid-19.

A Prime foi investigada por não ter enviado para análise diversos documentos, como atestado de aptidão técnica, nota fiscal ou nota de empenho. O contrato da Prime naquele período com o Governo do Amazonas era de R$ 538 mil em 90 dias de atividade no Nilton Lins.

Além disso, Wilker afirmou que o Governo do Amazonas está descumprindo a recomendação da CPI da Saúde e a orientação da Controladoria-Geral do Estado (CGE-AM) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) quanto à extinção de pagamentos indenizatórios pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM).

Relembre a Operação Sangria

No dia 2 de junho, a Polícia Federal (PF) deflagrou a quarta fase da Operação Sangria que investiga se funcionários da secretaria da saúde, fizeram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais para fazer um hospital de campanha, sob orientação da cúpula do Governo do Amazonas.

Foram presos o secretário de saúde Marcellus Campêlo e empresários, entre eles Rafael Garcia Silveira, em Porto Alegre (RS), onde residia. Todos estavam com mandados de prisões temporários com duração de cinco dias e deixaram a prisão no dia 7 de junho.

No dia 8 de junho, o Governo do Amazonas, por meio da SES-AM, emitiu pagamento no valor de R$ 199,3 mil para serviços de apoio administrativo realizado pela empresa Prime Atividades de Apoio de Gestão de Saúde Ltda. que tem como proprietário Rafael Garcia Silveira, preso na operação da Polícia Federal. No mesmo dia, outro pagamento foi emitido pela SES-AM em favor da empresa do investigado, no valor de R$ 86,6 mil.

À época, a Prime Atividades possuía liquidado o montante de R$ 194.352,85, ou seja, iria receber todo esse valor. No dia 8 de junho, logo após sair da prisão, a empresa recebeu o valor de R$ 285.991,00 dos cofres públicos em contratos com o Hospital Geraldo Rocha, Instituto de Saúde da Criança, Hospital Platão Araújo, Maternidade Balbina Mestrinho e Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio.