Bolsonaro elogia presidentes da ditadura na posse de diretor brasileiro em Itaipu

Bolsonaro

Posse do novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, almirante Anatalicio Risden Junior (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Defesa da ditadura

Capitão reformado do Exército, o presidente se notabilizou em sua carreira política e em sua trajetória no Congresso pela defesa da ditadura militar.

Durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, Bolsonaro dedicou seu voto favorável ao processo de destituição ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. Na campanha eleitoral de 2018, em entrevista ao programa Roda Viva, disse que seu livro de cabeceira era “A Verdade Sufocada”, escrito por Ustra.

No governo, Bolsonaro colocou militares em postos-chave. O vice-presidente Hamilton Mourão é general da reserva, assim como o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, o da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. Durante a pandemia, um dos ministros da saúde foi o general da ativa Eduardo Pazuello.

Mesmo assim, ao longo do mandato, a ala militar foi perdendo espaço para o Centrão, grupo político que hoje dá sustentação ao governo Bolsonaro no Congresso. O ministro-chefe da Casa Civil, por exemplo, é hoje o senador licenciado Ciro Nogueira, do PP, e a ministra da Secretaria de Governo é Flávia Arruda, do PL.

Para concorrer à reeleição, Bolsonaro prefere outro general como vice, mas os partidos da base pressionam para que ele escolha a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, com trânsito no Congresso e no agronegócio.