Bolsonaro viaja para Rússia em meio a tensão entre a Ucrânia

Bolsonaro viaja para Rússia em meio a tensão entre a Ucrânia

Mesmo ciente dos riscos da viagem em razão dos conflitos que envolvem os dois países, o chefe do Executivo decidiu manter a ida à Rússia para atender a um convite feito pelo presidente russo, Vladimir Putin.

“Fui convidado pelo presidente Putin. O Brasil depende em grande parte de fertilizantes da Rússia, da Bielorrúsia. Levaremos um grupo de ministros também para tratarmos de outros assuntos que interessam aos nossos países, como energia, defesa e agricultura”, disse Bolsonaro, durante uma transmissão nas redes sociais no último sábado (12).

No mesmo vídeo, o presidente pediu paz entre Rússia e Ucrânia. “A gente pede a Deus para que reine a paz no mundo para o bem de todos nós.”

Devem viajar com Bolsonaro os ministros das Relações Exteriores, Carlos França; do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; da Defesa, Walter Braga Netto; e o da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Após os compromissos em território russo, o presidente estuda visitar a Hungria para encontrar o primeiro-ministro Viktor Orbán.

Conflitos podem resultar em invasão

Rússia e Ucrânia estão em conflito por motivos geopolíticos e econômicos. A crise mais recente tem entre seus pilares a aproximação da Ucrânia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em busca de estreitar as relações com os países do Ocidente e obter maiores garantias de segurança. A Rússia teme esse movimento por entender que está sendo ameaçada pelo país vizinho.

Em meio às tensões, na última sexta-feira (11) o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota para celebrar o aniversário de 30 anos do estabelecimento das relações diplomáticas do Brasil com a Ucrânia.

Segundo o Itamaraty, “desde que o governo brasileiro reconheceu a independência ucraniana, em dezembro de 1991, Brasil e Ucrânia mantiveram múltiplos contatos de alto nível entre mandatários”.

“Em 2009, os dois países estabeleceram parceria estratégica, com importantes desdobramentos nos setores espacial, de defesa e saúde. O comércio bilateral, equilibrado nas vendas de lado a lado, praticamente triplicou em 2021 na comparação com o período inicial das relações diplomáticas, na década de 1990”, lembrou a pasta.