Bolsonaro volta a colocar em dúvida o resultado da eleição de 2018 no 1º turno

Bolsonaro volta a colocar em dúvida o resultado da eleição de 2018 no 1º turno

“Estávamos à beira do socialismo, um país mergulhado em corrupção. Um país parecendo que não tinha um norte. Quis Deus que eu, sobrevivendo a uma facada, de um integrante do PSOL, também conseguisse, sem partido, sem marqueteiro e sem televisão .. ganhamos as eleições, que era para ter ganho no primeiro turno, se fossem umas eleições limpas no primeiro turno”, declarou o presidente em discurso no evento.

Na eleição de 2018, Bolsonaro obteve 46,03% dos votos válidos no primeiro turno. Para que não houvesse segundo turno, o então candidato teria de ter alcançado mais de 50%. O presidente já chegou a dizer que teria supostas provas de que teria vencido o pleito daquele ano no primeiro turno, mas nunca as apresentou. No ano passado, o chefe do Executivo subiu o tom ao colocar em dúvida a integridade das urnas eletrônicas. Recentemente, voltou a dizer que foram identificadas “inconsistências” e “vulnerabilidades” nas urnas.

Bolsonaro aproveitou também o evento de hoje para acenar para suas principais bases eleitorais. “É um governo que fala, com orgulho, que acredita em Deus, que respeita os seus militares, que defende a família brasileira e que deve lealdade a seu povo”, disse. “Em nosso governo tem realização e não tem corrupção”, acrescentou Bolsonaro.

Ano eleitoral

Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente estreou o ano eleitoral com entrevistas – a maioria para órgãos de imprensa alinhados ao governo – participação em culto evangélico e a presença em partida de futebol organizada por cantores sertanejos. Entre a alta hospitalar, em São Paulo, na semana passada, e esta quarta-feira, 12, o chefe do Executivo reservou sete horas de sua agenda para esses compromissos.

Em uma semana, Bolsonaro voltou a criticar os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, seus alvos prediletos no Supremo Tribunal Federal (STF), e escalou o conflito com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em torno da vacinação infantil contra a covid-19. Para completar, deu nova declaração de tom preconceituoso contra o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), e usou a inflação de 10,67% de 2015, no governo Dilma Rousseff, para justificar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 10,06% em 2021.