Isolamento desigual: a cada 10 inscritos no Enem sem internet, 7 são negros
Em casa e sem conexão, alunos não podem se preparar para a prova que dá acesso ao ensino superior gratuito
De acordo com dados da prova aplicada em 2018 – últimos disponíveis – fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, a média da pontuação dos alunos sem internet é menor do que os seus concorrentes com conexão doméstica em todos os cinco componentes que formam o Enem.
Em casa e sem conexão, alunos não podem se preparar para a prova que dá acesso ao ensino superior gratuito
Cerca de 300 mil inscritos ainda devem efetuar o pagamento para confirmar sua participação no Enem 2020
Objetivo é que usuários possam se preparar para o exame durante o isolamento social sem consumir o plano de internet móvel da operadora
A redação tem a maior diferença na média dos dois grupos, de 88,12 pontos. Em seguida vem matemática, com uma disparidade de 54,53. Em linguagens e códigos, é de 42,48 pontos. Já em ciências humanas, fica em 40,04 pontos, e em ciências da natureza, em 37,53.
A prova que regula a entrada dos jovens brasileiros nas universidades públicas pautou longo debate coletivo no início de 2020 por conta da reticência do governo federal em adiar o exame diante da pandemia mundial de coronavírus.
A medida só foi adotada após o Senado Federal aprovar um projeto determinando a postergação. O objetivo é evitar que alunos sem internet em casa sejam prejudicados pela falta de aulas presenciais, uma das medidas tomadas para evitar que o vírus se espalhe. No entanto, a diferença significativa nas notas dos alunos com ou sem acesso à rede é uma realidade mais antiga do que a pandemia.
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