Terra é contestado após dizer que escolas abriram no AM

Defensor da imunidade de rebanho, o ex-ministro da Cidadania, apontado por integrar o “gabinete paralelo” para assessoria do presidente Jair Bolsonaro em assuntos relacionados à pandemia, Terra demonstrou desconhecer a realidade do Amazonas durante os picos da doença.

Ao ser questionado pelo senador e relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre as sucessivas retomadas de crescimento da Covid-19 no Brasil, Osmar Terra apresentou um gráfico com informações que, segundo ele, eram do Amazonas.

Ao explicar um gráfico, Terra disse que em 2020, o pico da pandemia no Estado ocorreu em março e abril, e que até o final do ano a doença não apresentou evolução. O médico foi interrompido por Omar Aziz, que lembrou a situação no Amazonas em dezembro do ano passado.

“Houve uma movimentação muito grande em Manaus. Pressionaram o governador e ele, infelizmente, recuou do lockdown, e aí nós tivemos uma coisa que nenhum brasileiro gostaria de ver em Estado nenhum. Faltou oxigênio e as pessoas morriam porque não tinham como respirar”, disse Aziz. “Nós temos que ter cuidado com as palavras, com os números, porque foram vidas que foram perdidas por causa de não termos uma política sanitária no Brasil”, continuou.

Terra apresentou um gráfico com informações que, segundo ele, eram do Amazonas (Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado)

O presidente da CPI também responsabilizou as mortes no Estado pela falta de lockdown. “Eu responsabilizo essas mortes que tiveram no Amazonas àqueles que foram contra o lockdown. Podem até estar se festejando porque se reabriu o comércio, se reabriu tudo. (…) Todas essas pessoas não têm o direito de deitar num travesseiro e dormir tranquilamente. São cúmplices de assassinato do povo amazonense.”, declarou.

O presidente da CPI advertiu o membro do “gabinete paralelo” para assuntos da pandemia. “Quando falar de Manaus e mostrar gráfico veja qual foi o comportamento. Por que esse gráfico ficou desse jeito? Porque se tivesse tido lockdown no dia 26 de dezembro, se o governador tivesse mantido o lockdown, talvez nós não chegaríamos nesses números que aconteceram em Manaus e no Amazonas”, disse.