Governo do AM renova contrato com frigorífico para armazenar corpos

Governo do AM renova contrato com frigorífico para armazenar corpos

Em maio deste ano, esta coluna foi a primeira a denunciar e expor o contrato para aluguel de frigorífico com o objetivo de armazenar corpos em hospital de Manaus. Esse contrato, foi um dos assuntos de uma reportagem da Folha de São Paulo com o ex-secretário da saúde, João Paulo Marques, onde informou que a atitude do Governo do Amazonas foi deixar a pandemia de Covid-19 se agravar para fazer negócios com esse aluguel. A CPI da Covid no Senado Federal, vai ouvir o depoimento do ex-secretário, e ainda nesta quarta-feira (26), foi aprovada a convocação do governador do Estado, Wilson Lima, que em véspera do seu julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ), vai ter que explicar muito aos senadores.

Frigorífico

Para quem acompanha o Portal da Transparência do Amazonas, é possível verificar contratos duvidosos e que chamam atenção. Novamente, depois de denunciado, o Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), renovou no último dia 24 de maio, por mais três meses, o Contrato nº 04/2021 com a empresa Space Serviços de Alvenaria e Locações Eireli que vai disponibilizar um contêiner frigorífico no Hospital de Campanha da Nilton Lins com o objetivo de armazenar os corpos dos pacientes mortos, ou seja, cadáveres.

Cadáveres

O contrato realizado através de dispensa de licitação "para serviços de locação de contêiner frigorífico para armazenamento de cadáveres", vai pagar por mês para a empresa o valor de R$ 20,7 mil, no valor global será R$ 62,1 mil. O frigorífico custará por dia ao Governo do Amazonas, o valor de R$ 690 para permanecer em funcionamento na unidade de saúde que foi reaberta no início deste ano para o tratamento de pacientes infectados pela Covid-19.

Negócios

Investigado, preso pela Polícia Federal, flagrado em conversa com o governador do Amazonas em esquema de montagem de processo para a compra dos ventiladores pulmonares, e agora convocado pela CPI da Covid no Senado Federal, o ex-secretário executivo de saúde do Amazonas, João Paulo Marques, concedeu entrevista ao veículo de comunicação nacional, Folha de São Paulo, onde acusou o governador Wilson Lima, de deixar a pandemia de Covid-19 se agravar no Estado para fazer negócios com câmeras frigoríficas para armazenar cadáveres.

Governo

Nos últimos dias, está extremamente difícil para a cúpula do Governo do Amazonas, manter-se distante dos escândalos, revelações e principalmente, do enfraquecimento das alianças políticas. A revelação do ex-secretário de saúde, fortificou as denúncias de que o Estado sofreu um verdadeiro genocídio, deixando que milhares de amazonenses que eram mãe, pai, filho, primo, irmão e principalmente que estavam vivas, morrerem pelo descaso das ações de contingência à letalidade do vírus.

Jogo

O estranho é que com a repercussão e a busca por uma manifestação do governador Wilson Lima a respeito das acusações, o ex-secretário João Paulo revelou após alguns dias que mentiu. Ele ainda enfatizou que a postura do governo não foi de deixar a pandemia de Covid-19 se agravar para obter benefícios com contratações, entre elas, a dos frigoríficos para armazenar corpos de vítimas da Covid-19. Qual a versão que o ex-secretário de saúde vai manter em seu depoimento na CPI da Covid no Senado Federal?