Prefeito de Nova York chama Bolsonaro de 'ser humano perigoso', racista e homofóbico

Bill de Blasio pede que homenagem ao presidente brasileiro programada para ocorrer no Museu de História Natural dos EUA seja cancelada

Prefeito de Nova York chama Bolsonaro de 'ser humano perigoso', racista e homofóbico
NOVA YORK, EUA - O Prefeito de Nova York, Bill de Blasio, chamou o presidente Jair Bolsonaro de "ser humano perigoso" e pediu que uma homenagem a ele programada para ocorrer no Museu de História Natural dos Estados Unidos  no dia 14 de maio seja cancelada. 
"Bolsonaro não é perigoso somente por causa de seu racismo e homofoboia evidentes", afirmou De Blasio na sexta-feira, 12, durante entrevista à emissora de rádio WNYC. "Infelizmente, ele também é a pessoa com maior poder de impacto sobre o que se passará na Amazônia daqui para a frente."
O prefeito comentou a cerimônia de gala da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos para homenagear Bolsonaro como "Personalidade do Ano". O órgão reservou o Museu de História Natural, em Nova York, para realizar o evento e conceder a honraria. Todos os anos, a Câmara escolhe duas personalidades, uma americana e outra brasileira, e as premia em seu jantar de gala para mais de mil convidados, com entradas ao preço individual de US$ 30 mil, que estão esgotados.


00:00
01:04
Media Quality
Mobile Preset
360P
Venezuela é destaque em encontro de Trump e Bolsonaro

O evento recebeu críticas pelo posicionamento de Bolsonaro em relação ao Meio Ambiente. A instituição expressou na quinta-feira profunda preocupação com a homenagem ao presidente brasileiro. "O evento externo e privado, no qual o atual presidente do Brasil será homenageado, foi reservado no Museu antes de o homenageado ser escolhido", ressaltou a instituição no Twitter. "Estamos profundamente preocupados e estamos explorando nossas opções."

Treze representantes de povos indígenas denunciaram nesta semana, em carta aberta publicada no jornal francês Le Monde, que a política ambiental de Bolsonaro os deixa às portas de "um apocalipse". "Esse governo quer monopolizar toda a Amazônia, dessangrá-la ainda mais construindo novas estradas e ferrovias", alertaram a cacique Ivanice Pires Tanone, do povo Kariri Xocó, e o cacique Paulinho Paiakan, do povo Kayapó, entre outros dirigentes.

Desde que assumiu o poder no dia 1.º de janeiro, Jair Bolsonaro pôs em andamento políticas contrárias à demarcação de terras indígenas e às ONGs que lutam contra as mudanças climáticas. Ele transferiu para o Ministério da Agricultura a questão da demarcação de terras indígenas e o serviço de vigilância florestal. / AFP e EFE