Chefe da PF rebate crítica de ministro a mega operação no Amazonas

Chefe da PF rebate crítica de ministro a mega operação no Amazonas

O Ministério do Meio Ambiente e a Polícia Federal do Amazonas estão em pé de guerra por conta de operação que deflagrou a apreensão de madeira ilegal no estado, envolvendo várias empresas privadas.

A polêmica começou quando o ministro da pasta, Ricardo Salles, questionou a lisura da operação e disse que as empresas acusadas não agiram fora da lei como afirma a PF.

A fala repercutiu e causou revolta no chefe da PF do Amazonas, Alexandre Saraiva, 50. Ele declara que todas as instituições citadas no processo foram investigadas minuciosamente e integram uma organização criminosa que atuava na exploração ilegal de madeira na Amazônia.

Saraiva foi direto e disse ainda que "na Polícia Federal não vai passar boiada", fazendo referência a uma frase dita no ano passado durante uma reunião entre os ministros e o presidente Jair Bolsonaro. No discurso, o líder da PF quer dizer que a PF não fechará os olhos para criminosos e nem favorecerá ninguém.

Alexandre criticou durante a postura do Ricardo Salles e destacou que essa é a primeira vez que ele um ministro do meio ambiente se manifesta em desfavor da Amazônia e fez um comparativo ousado: "É o mesmo que um ministro do Trabalho se manifestar contrariamente a uma operação contra o trabalho escravo", diz o chefe da PF.

Ele diz ainda que nenhuma das empresas tinha ou apresentou qualquer documento que comprovasse a origem legal do material e que vê como praticamente nulo os suspeitos "não terem culpa no cartório". A pontuação do ministro e a réplica de Saraiva estão provocando uma verdadeira crise entre o ministério e a Polícia Federal.