Governo do Amazonas realiza mais de 3,6 mil remoções em menos de 40 dias

Governo do Amazonas realiza mais de 3,6 mil remoções em menos de 40 dias

Mesmo com alta demanda por leitos neste período da pandemia do novo coronavírus, o Governo do Amazonas, por meio do Sistema de Regulação, promoveu a remoção de 3.689 pacientes de leitos de menor complexidade para os de maior complexidade, entre 1º de janeiro a 7 de fevereiro. A expectativa é de que a rotatividade aumente uma vez que o Estado está ampliando a oferta de leitos.

As remoções foram aéreas e terrestres, tanto para leitos clínicos quanto para leitos de UTI, e ocorreram entre unidades da capital; entre unidades do interior e de Manaus e do Amazonas para outros estados. Nos casos das remoções interestaduais, as transferências contaram com o apoio do Governo Federal por meio do Ministério da Saúde e Força Aérea Brasileira (FAB).

Segundo a secretária executiva adjunta de Políticas em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM), Nayara Oliveira Maksoud, apesar da demanda ser maior que a oferta de leitos, as mais de 3,6 mil remoções mostram que um número considerável de pacientes teve acesso à assistência de maior complexidade que necessitavam.

"Os números mostram a movimentação de pacientes de um nível de complexidade menor para outro nível de maior complexidade, fazendo com que a Regulação seja protagonista do processo no momento em que a gente depende da expansão de leitos. Na hora que a gente aplica o manejo clínico adequado, na hora que você tem um protocolo de alta, como foi construído pela equipe técnica de Saúde, a gente consegue fazer com que haja uma maior rotatividade de leitos", avalia Nayara.

De acordo com a coordenadora do Complexo Regulador, Keila do Valle, do total de remoções, 163 foram de UTI aérea do interior para a capital. "Onde tem pista homologada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), onde nós possamos pousar, nós buscamos o paciente. É o caso de Parintins, Itacoatiara, Tabatinga e Eirunepé. Nos municípios mais próximos, como Manacapuru, Iranduba, Rio Preto da Eva, os pacientes vêm de ambulância", explicou Keila.

Não é tão simples fazer uma remoção do interior para a capital, destacou a coordenadora. Além de alguns municípios não terem pista homologada, nos casos onde não há pista de pouso, é necessário o uso de hidroavião equipada com suporte de UTI.

Keila destacou que o quadro clínico do paciente é avaliado de forma rigorosa para evitar que, no transporte, o paciente tenha o quadro de saúde agravado. "O médico regulador e uma equipe de médicos do Complexo fazem a classificação de risco do paciente antes de ser transferido. Essa classificação é inserida no Sistema de Transferência de Emergência Regulada, o Sister. E, no caso das remoções aéreas, de acordo com a classificação de risco do paciente é montado, junto com a empresa contratada de UTI aérea, um plano de voo", disse.

Prioridade

Keila ressaltou que o Estado está cumprindo as decisões judiciais que determinam a remoção de pacientes do interior para a capital; e destacou que todas as remoções precisam levar em conta critérios de classificação de risco, avaliação feita pela equipe de Saúde, além de critérios de prioridade.

A remoção de pacientes que estão em UPAs e SPAs é a prioridade um, porque essas unidades têm menor estrutura de suporte à vida. Outro critério da classificação de risco é o risco de morte do paciente. A regra é que o paciente mais grave tenha prioridade sobre o menos grave, porém esse paciente precisa estar estabilizado para ser removido. Se estiver instável, aguarda-se a sua estabilização.

Também existem critérios para a remoção de pacientes da rede privada para a rede pública. "Agora, no período de pandemia, recebemos muitas solicitações para retirar o paciente do leito da unidade privada para mandar para o leito público, porque o paciente não tinha condições de continuar arcando com as despesas do hospital", explicou Keila.

Ampliação da oferta de leitos

Com a estabilização do fornecimento de oxigênio em curso, o Governo do Estado deu prosseguimento ao plano de abertura de 350 novos leitos exclusivos para a Covid-19, dos quais 188 entraram em funcionamento nas últimas duas semanas, para atender vítimas do Novo Coronavírus de Manaus e do interior do Estado.