PM resgata menino de 11 anos que vivia acorrentado em barril, sem água e comida

Criança passava dias sem se alimentar e ingeria as próprias fezes para não morrer.

Foto: Reprodução / Polícia Militar

Foto: Reprodução / Polícia Militar

Policiais militares prenderam um casal e uma jovem de 22 anos na tarde de sábado (30) em Campinas (SP), sob acusação de manter um menino de 11 anos vivendo em condições sub-humanas em uma casa no Jardim Itatiaia.

Os policiais encontraram a criança acorrentada e completamente nua em um barril de ferro em um canto fora da casa, exposto ao sol. O local era coberto apenas por uma telha de eternit com uma pia de mármore por cima, para impedir que o garoto saísse.

A PM foi acionada por vizinhos da casa, que disseram que há anos a criança vivia em situação de maus-tratos. No local onde o menino foi encontrado havia fezes e forte odor de urina, indicando que o menor já estava por dias assim.

Segundo a PM, os responsáveis pela criança não são seus pais biológicos, porém eles têm a guarda oficial do menor.

Em depoimento, o garoto, encontrado em situação de desnutrição, afirmou que não comia nada há três dias e era mantido naquela situação frequente no barril desde que completou 10 anos. O policiais tiveram que usar uma ferramenta de corte para tirar as correntes e os cadeados que prendiam a criança ao barril. Os responsáveis legais do menino receberam voz de prisão em flagrante.

"O menino contou que apanhava, e que quando tomava banho era de mangueira e chegava a comer as fezes por não ter nada para se alimentar. Faz 23 anos que estou na polícia, e a gente já viu de tudo, mas isso nunca", afirmou o sargento Mike Jason, que esteve na ocorrência e ajudou a libertar a criança.

Segundo o policial, o homem responsável pela criança afirmou que não era pai biológico e que pegou o menino para cuidar há alguns anos. Além do casal, uma jovem de 22 anos, que disse ser meia-irmã do menino, também foi detida.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, e o menino foi encaminhado ao Hospital Ouro Verde. Após sair do hospital a criança deve ser encaminhada para o serviço de assistencial social do município. O caso está sendo registrado na 2ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) em Campinas.

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