O antes e depois das geleiras que estão desaparecendo na Islândia
Pai e filho retrataram os mesmo pontos do sudeste da Islândia com 30 anos de diferença.
![Imagens do glaciar Breiðamerkurjökull em 1989 (em cima) e 2019 (embaixo) mostram camada de gelo perdida em três décadas - Foto: NATIONAL LAND SURVEY OF ICELAND/KIERAN BAXTER via BBC](https://falaaibrasil.com.br/hf-conteudo/uploads/posts/2021/02/9411_116768128-iceland-glaciers-jpg.jpg)
Imagens do glaciar Breiðamerkurjökull em 1989 (em cima) e 2019 (embaixo) mostram camada de gelo perdida em três décadas - Foto: NATIONAL LAND SURVEY OF ICELAND/KIERAN BAXTER via BBC
Em 1989, o fotógrafo Colin Baxter o visitou o glaciar Skaftafellsjokull, na Islândia, em uma viagem em família e registrou a imagem da paisagem congelada.
Seu filho, Kieran Baxter, voltou ao local exatamente 30 anos depois. O glaciar, que faz parte da geleira Vatnajokull, a maior massa de gelo da Europa, reduziu dramaticamente.
Cientistas estimam uma perda de cerca de 400 quilômetros quadrados, devido principalmente às mudanças climáticas.
"Cresci visitando esse lugares incríveis e herdei essa compreensão sobre o poder silencioso dessas paisagens", afirma Kieran, professor da Universidade de Dundee, na Escócia.
"É trágico ver a mudança tão drástica das últimas décadas."
"A extensão da crise climática é muitas vezes invisível, mas lá podemos enxergar a gravidade da situação que afeta todo o planeta", acrescenta ele.
![Imagens do Skaftafellsjokull — Foto: BBC](https://s2.glbimg.com/ADXSYqN2Cii-XvxlHHUli1t4Jc0=/0x0:1280x1796/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/L/R/tUcD02T5qfgeAHiUTbNg/116775847-iceland-glacier2x640-nc.png)
Imagens do Skaftafellsjokull — Foto: BBC
Kieran, que leciona design da comunicação, decidiu refazer os passos do pai, um conhecido fotógrafo de natureza, para alertar sobre o risco das mudanças climáticas.
Com a ajuda de Colin, ele registrou os mesmo pontos de uma série de glaciares do Sudeste da Islândia, entre eles Fláajökull, Heinabergsjökull, Hoffellsjokull, Hólarjökull e Skaftafellsjökull.
![Colin e Kieran Baxter: pai e filho retrataram a mesma região da Islândia com 30 anos de diferença — Foto: Alice Watterson via BBC](https://s2.glbimg.com/Eb2jdUxc8PMerKcqs40209Upg2k=/0x0:640x360/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/D/a/zpqAFdQvSnHxJCAZFMfw/116395666-colinkieranlightbox.jpg)
Colin e Kieran Baxter: pai e filho retrataram a mesma região da Islândia com 30 anos de diferença — Foto: Alice Watterson via BBC
O derretimento das geleiras está entre os principais indicadores visíveis do aquecimento da Terra. Medir esse derretimento em escala global, entretanto, é difícil, já que diferentes fatores influenciam as massas de gelo, como altitude, nível de precipitação e exposição a ventos e ao sol.
Os glaciares em si são também bastante heterogêneos. Alguns têm apenas centenas de anos, enquanto outros estão no planeta há centenas de milhares de anos.
A longevidade faz dos glaciares documentos valiosos sobre o clima em outras eras. Amostras mais profundas extraídas por cientistas chegam a ser uma espécie de registro ano a ano sobre o clima em determinados períodos.
Analisando componentes como a quantidade de bolhas aprisionadas no gelo, pesquisadores conseguem montar um retrato detalhado das características atmosféricas do passado, o que inclui a concentração de gás carbônico, as variações de temperatura e vegetação.
O impacto negativo do desaparecimento de geleiras pelo mundo vai além da registro histórico do clima do planeta, contudo, e inclui a perda de fonte de água potável e de irrigação para a agricultura.