Bolsonaro volta a enaltecer torturador Brilhante Ustra: "Grande brasileiro"

Bolsonaro volta a enaltecer torturador Brilhante Ustra:

“O livro A Verdade Sufocada, de Ustra, narra fatos, como os presos – não era preso político não -, terroristas eram tratados no DOI-CODI de São Paulo, tratados com toda a dignidade, inclusive as presas grávidas”, afirmou.

“Uma história realmente verdadeira, para quem não quer ser manipulado pela esquerda, não é aquela "historinha" que a esquerda conta cheia de blá-blá-blá, sempre se vitimizando, lutando por democracia, etc, etc, etc”, disse Bolsonaro.

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Ustra esteve à frente do DOI-Codi no período em que foram registradas ao menos 45 mortes e desaparecimentos forçados no local, de acordo com relatório elaborado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV). Ele morreu em 2015, aos 83 anos, sem cumprir pena.

História com H

Presenteado pelo filho 03 com a 19ª edição do livro de Brilhante Ustra, autografado pela viúva do coronel, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, Bolsonaro também voltou a celebrar o golpe militar de 1964, que, segundo ele, “livrou” o Brasil do comunismo, e chamou o momento de “história com H”.

“É um livro que não tem como ser contestado, são fatos, tal dia, tal hora, o primeiro marido da Dilma (Rousseff, ex-presidente) sequestrou avião em voo e foi para Cuba. Tem os fatos aqui, recortes de jornal, noticiava o fato em si. Não tem como fugir disso aqui, como nós nos livramos do comunismo naquele momento, não tem que se envergonhar disso, é história com H, não é historinha contada pela esquerda, deveria ser leitura obrigatória, pessoas que queiram saber da verdade, o que foi aquele período pré-64 e um pouquinho depois do 64 também”, afirmou Bolsonaro.

Ao longo de sua vida pública, Bolsonaro já fez diversas declarações elogiosas a Ustra. A mais famosa ocorreu quando o atual presidente era deputado federal, em 2016, ao votar pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff – considerada uma das vítimas do DOI-Codi.

Sobre o episódio, o presidente comentou que resolveu naquele momento “resgatar a honra e a memória de um grande brasileiro”. “Ali o dono de um instituto de pesquisa muito grande falou que não me elegeria nem vereador mais no Brasil, e acabou acontecendo o contrário”, disse.