Alexandre Frota é expulso do PSL por infidelidade partidária após críticas a Bolsonaro

Denúncias foram analisadas pela Executiva do partido.

Alexandre Frota é expulso do PSL por infidelidade partidária após críticas a Bolsonaro

A Executiva do PSLdecidiu nesta terça-feira expulsar o deputado Alexandre Frota(SP). Ele foi acusado de infidelidade partidária por criticar abertamente o presidente Jair Bolsonaro,além de se abster no segundo turno de votação da Reforma da Previdência.

Os pedidos de expulsão do deputado foram apresentados pela deputada Carla Zambelli (SP) e o senador Major Olímpio (SP). A Executiva, presidida por Luciano Bivar (PE), se reuniu na sede do partido na manhã desta terça-feira para deliberar sobre o caso.

Estavam presentes na reunião Major Olímpio, o deputado Felipe Francischini (PR), o deputado Julian Lemos (PB), o líder da sigla na Câmara Delegado Waldir (GO) e outros membros do partido. Na saída, Olímpio não quis comentar se estava satisfeito com o resultado.

Zambelli também apontou o fato de Frota se abster no segundo turno de votação da reforma da Previdência como indício de infidelidade partidária. Segundo Bivar, porém, isso não foi levado em conta na expulsão de Frota.

O estatuto do PSL diferencia infidelidade partidária de "desalinhamento" do filiado com o partido. Por isso, o PSL não irá pedir a cassação do mandato de Frota por infidelidade partidária, já que essa infração não foi constatada, de acordo com Bivar. O presidente da sigla disse, ainda, que Frota foi advertido diversas vezes por suas declarações contra o presidente Bolsonaro.

— Foi um sentimento da Executiva Nacional do partido de que não foi a primeira vez que ele se comportou dessa forma, apesar de já termos conversado com ele.

A deputada Carla Zambelli mudou de ideia sobre uma eventual expulsão nos últimos dias, depois de conversar diretamente com Frota. Segundo ela, o deputado pediu desculpas e estava disposto a repensar suas atitudes.

Filiado à sigla desde março do ano passado, Frota viveu uma "lua de mel" com os colegas antes de começar a criticar publicamente as ações do governo e a postura da bancada do PSL no Congresso. Sua chegada ao partido, por exemplo, foi precedida por um convite público de Bolsonaro, em tom de brincadeira, para que ele ocupasse um ministério.As trocas públicas de afeto, no entanto, minguaram recentemente.

Na lista de críticas, Frota reclamou do presidente não ter apresentado recurso no processo que declarou inimputável Adélio Bispo, autor de um atentado à faca contra ele. Disse que Bolsonaro deveria dar um "esporro" no ideólogo de direita Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo. Ele também se recusou a endossar as convocações para protestos favoráveis ao governo.