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Polícia Federal (PF)

Ex-presidente da Funai é indiciado pela PF por omissão no caso Bruno e Dom

O ex-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) Marcelo Xavier foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por omissão.


Marcelo Xavier assumiu o comando da Funai em junho de 2019, durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro (PL), e deixou o cargo em dezembro do ano passado. Durante a sua gerência colecionou polêmicas em torno da proteção de terras indígenas.

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A Polícia Federal também indiciou o ex-coordenador-geral de Monitoramento Territorial da Funai Alcir Amaral Teixeira.

Segundo informações do g1, o indiciamento de Marcelo teria acontecido com base em uma ata de uma reunião realizada logo após a morte do indigenista Maxciel dos Santos, em Tabatinga, no Amazonas, em que funcionários da Funai solicitaram proteção e investigação sobre os riscos.

Entretanto, Xavier não tomou providências para garantir a proteção de indigenistas e funcionários da Funai.

Para a PF, o ex-presidente da Funai teria agido com dolo eventual.

No entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o dolo eventual está previsto no artigo 18, inciso I, do Código Penal, e pode ser observado quando um agente não tem a intenção de atingir um determinado resultado, mas assume o risco de produzi-lo.

A culpabilidade é diferente daquela qualificada como culpa consciente, quando a pessoa prevê que um determinado resultado pode ocorrer, mas acredita sinceramente que ele não irá acontecer.

Neste caso, Marcelo Xavier assumiu o risco de não proteger a região do Amazonas.

Maxciel era servidor da Funai e foi assassinado com dois tiros na cabeça em 2019. Ele e Bruno Pereira trabalharam juntos no combate a ações criminosas no Vale do Javari.

O Metrópoles entrou em contato com Marcelo Xavier, mas não obteve respostas sobre o indiciamento. A reportagem não conseguiu contato com Alcir Amaral Teixeira.

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Em 5 de junho de 2022, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira viajavam juntos para que Dom realizasse entrevistas para o livro que escrevia sobre a preservação da Amazônia Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images

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Arquivo pessoal

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados Divulgação

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No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca Reprodução/Redes sociais

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Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal Arquivo pessoal

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Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como "Dos Santos", irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime Reprodução/Redes sociais

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Em 15 de junho, Pelado narrou à Polícia Federal que a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra o indigenista, que revidou Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images

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Bruno, no entanto, foi acertado e perdeu o controle da embarcação, que entrou mata adentro. Depois disso, Pelado e Jeferson teriam ido até a lancha e executado os dois Material cedido ao Metrópoles

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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno Redes sociais/reprodução

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A tentativa de ocultação, porém, não teria dado certo. Jeferson e Amarildo retornaram no dia seguinte, esquartejaram os corpos e os enterraram em um buraco escavado. A distância entre o local em que os pertences foram escondidos e onde os corpos foram enterrados é de 3,1 km Divulgação/Polícia Federal

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Depois de fazer uma reconstituição do caso junto a Amarildo, a força-tarefa anuncia ter encontrado "remanescentes humanos" que, mais tarde, se confirmariam como os corpos de Dom e Bruno Reprodução/Redes sociais

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Em 16 de junho, os corpos chegaram a Brasília para realização de perícia e confirmação de identidade. Dois dias depois, a polícia prendeu Jeferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha Igo Estrela/Metrópoles

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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, "os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito" Reprodução/Twitter/@andersongtorres

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O exame médico-legal indicou que a morte de Dom Phillips foi causada por traumatismo toracoabdominal por disparo de arma de fogo com munição típica de caça Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images

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A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, "que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)" Funai/Divulgação

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Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos Reprodução

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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa Twitter/Reprodução

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