Deputado constata falta de remédios e déficit de cirurgias em hospital de Manaus
A direção da unidade de saúde, comandada por Silas Fernandes de Avelar, impediu o parlamentar de ter acesso a documentos oficiais, números e relatórios do hospital. Uma das informações passadas revela que o hospital de referência em coração no Amazonas vem operando com déficit de cirurgias cardíacas.
“O diretor e todo o corpo jurídico impediram claramente a fiscalização de um membro da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Não tive acesso a qualquer documento, fui à farmácia e a farmacêutica comprovou a falta de estoque de alguns remédios, mas o diretor não deixou que a listagem fosse entregue no momento. O que a direção do hospital queria era entregar depois, por email, o material. Aí não dá para aceitar, pois fiscalização é naquele exato momento, justamente para não dar tempo de manipulação de dados ou fatos. Eu não faço jogo combinado. Não é visita de compadre, é inspeção”, ressaltou Barreto.
O parlamentar voltou a realizar inspeções nos hospitais desde 8 de dezembro deste ano, após respaldo documental da Comissão de Saúde e Previdência da ALE, de acordo com a Lei de Acesso à Informação, que garante visitas, acesso a documentos públicos e controle da Administração.
O deputado passou pelo Platão Araújo e João Lúcio, respectivamente, onde afirma ter detectado represamento nessas unidades, incluindo óbitos, em função de estarem aguardando procedimento no Francisca Mendes. O atesto desta apuração veio com uma fala da diretora clínica do Hospital Francisca Mendes, a cardiologista Rovanda Sena, que foi repreendida pelo diretor da unidade durante a reunião na manhã desta segunda.
Enquanto o diretor afirmava que “não está faltando nada no hospital” e impedia o deputado de filmar e obter materiais necessários para comprovação da precariedade do serviço, como a baixa de leitos, sendo apenas 10 de UTI pós-operatório e 10 de UTI coronariana. Em reunião, Silas Fernandes de Avelar chegou a afirmar que a unidade pode fazer até 15 cirurgias por dia, quando teve a informação rebatida por Rovanda Sena dizendo que, na realidade, chegam até oito. Na emergência, a média por dia são três.
Para Wilker, fica clara a falta de prioridade do governo com a saúde do Amazonas e o posicionamento em querer esconder a verdade sobre o hospital. Isso, segundo o parlamentar, justifica seu trabalho em acionar os órgãos de controle.