Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

SAÚDE

Após Bolsonaro falar em guerra química, Butantan anuncia redução de entrega de insumos da vacina pela China


Durante a CPI da Covid, que nesta quarta-feira (6), recebe o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) revelou que a China, após nova provocação de Bolsonaro ao governo chinês, redução do fornecimento de insumos para a produção da vacina.

"O Instituto Butantan acaba de anunciar a redução da previsão do recebimento de matéria prima da vacina. O senhor Dimas Covas, diretor do instituto, a falta de alinhamento do governo federal, em especial, com a China", revelou Randolfe Rodrigues.

Em entrevista coletiva para marcar a entrega de uma remessa de 1 milhão de doses da vacina ao Programa Nacional de Imunização (PNI), Covas atrelou os ataques recentes de Bolsonaro à China ao atraso na remessa de insumos pelo laboratório chinês Sinovac.

"Embora a Embaixada da China no Brasil venha dizendo que não há esse tipo de problema, a nossa sensação, de quem está na ponta, é que existe dificuldade. Uma burocracia que está sendo mais lenta que o habitual e autorizações com volumes cada vez mais reduzidos. Isso obviamente tem impacto, essas declarações têm impacto e nós ficamos à mercê dessa situação", afirmou.

"Nós temos que entregar até o dia 14 o restante – que vai totalizar 5 milhões de doses – do IFA de 3 mil litros e após isso não temos mais matéria-prima para processar. Pode faltar? Pode faltar, e aí nós temos que debitar isso principalmente ao nosso governo federal, que tem remado contra", complementou.

Presente na entrevista, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que a acusação de Bolsonaro de que há uma "guerra química" protagonizada pela China é "inacreditável".

"É lamentável que depois do ministro Paulo Guedes falar mal da China, da vacina, criticando o governo chinês, agora o presidente Jair Bolsonaro seguindo na mesma linha. É inacreditável que, diante de uma circunstância que precisamos salvar vidas e ter mais vacinas, tenhamos alguém criticando a China, o nosso grande fornecedor de insumos para a vacina", afirmou.

"Guerra química"
Em evento nesta quarta-feira (5), Bolsonaro sugeriu, sem citar o nome do país, que a China criou o coronavírus em laboratório e estaria encampando uma "guerra química", tese que é rechaçada pela OMS.

"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês", declarou. O país que mais teve crescimento no PIB, em 2020, foi justamente a China.

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!