Deputado Estadual do Amazonas, João Luiz (PRB) apresentou projeto de lei para proibir transgêneros de participarem de competições no Amazonas.

Associação LGBT emitiu nota de protesto contra matĂ©ria

Deputado Estadual do Amazonas, João Luiz (PRB) apresentou projeto de lei para proibir transgêneros de participarem de competições no Amazonas.

Manaus - O deputado estadual João Luiz (PRB) apresentou projeto de lei para estabelecer o sexo biológico como o Ășnico critério para definição do gĂȘnero de competidores em partidas esportivas oficiais do Amazonas e veda a atuação de transgĂȘnero em equipes que correspondam ao sexo oposto ao de nascimento.

Em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) desde o Ășltimo dia 9, a proposta quer estabelecer ainda que federação, entidade ou clube de desporto que descumprir a regra serĂĄ multado em até 50 salĂĄrios mĂ­nimos, equivalente a R$ 49,9 mil.

No projeto, o deputado cita notĂ­cia de que uma jogadora transexual passou a integrar uma equipe feminina de vôlei, inclusive recebendo o tĂ­tulo de melhor do ano de 2018 na categoria.

No Brasil, apenas uma atleta trans vem chamando atenção no esporte: Tifanny Abreu, jogadora do Sesi Vôlei Bauru, que disputa a Superliga feminina. No ano passado, ela foi uma das maiores pontuadoras do torneio.

Para o deputado estadual do Amazonas, "tal situação vem se repetindo em diversas modalidades esportivas, em que pessoas do sexo biológico masculino, após cirurgias de redesignação sexual, alteração do nome social, implantes mamĂĄrios, gluteoplastias de aumento, e ininterruptos tratamentos hormonais, passam a integrar equipes femininas".

Ainda no projeto, João Luiz afirma que "apesar de todos os procedimentos descritos, é fato comprovado pela medicina que, do ponto de vista fisiológico, ou seja, a formação orgânica não muda, afinal, homens são formados com testosterona durante anos, jĂĄ as mulheres não tĂȘm esse direito em momento algum da vida", cita o parlamentar usando como referĂȘncia um texto da ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel, conhecida por seu posicionamento considerado de direita.

Em reação a proposta, a Associação dos Travestis, Transexuais e TransgĂȘneros do Amazonas (Assotram), publicou uma nota de repĂșdio nas redes sociais em que reafirmam "posição contrĂĄria à projetos de lei de natureza preconceituosa que objetiva impedir a integração e a participação de transgĂȘneros em partidas esportivas, na educação, no mercado de trabalho, na polĂ­tica, ou qualquer outro âmbito que, constitucionalmente, temos o direito de exercer e usufruir".

Em trecho da nota, a associação cita: "Desde a redemocratização do paĂ­s, os movimentos LGBTI contribuĂ­ram para a construção de polĂ­ticas pĂșblicas que retira da vulnerabilidade social travestis, mulheres e homens trans que, em grande medida, são expulsos da famĂ­lia e até de escolas".