G1
O procurador-geral da RepĂșblica, Augusto Aras, pediu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a suspensão do inquérito da fakenews.O pedido foi feito nesta quarta-feira (27), após a divulgação da operação da PolĂcia Federal que mira um suposto esquema criminoso que divulga fakenews.Segundo o blog apurou, Aras fez o pedido em uma ação do partido Rede que questiona o inquérito. O ministro Fachin é o relator dessa ação.No pedido, o procurador cita uma manifestação feita por ele mesmo no inquérito, no Ășltimo dia 19, ao ser informado sobre a possibilidade das ações autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes e realizadas hoje. E argumenta não ver crime nos posts em redes sociais dos alvos da operação, considerando "desproporcionais" as medidas de bloqueio das contas em redes sociais."A leitura dessas manifestações demonstra, a despeito de seu conteĂșdo incisivo em alguns casos, serem inconfundĂveis com a prĂĄtica de calĂșnias, injĂșrias ou difamações contra os membros do STF. Em realidade, representam a divulgação de opiniões e visões de mundo, protegidas pela liberdade de expressão", diz Aras. "Na medida em que as manifestações feitas em redes sociais atribuĂdas aos investigados inserem-se na categoria de crĂtica legĂtima – conquanto dura –, ao ver deste órgão ministerial são desproporcionais as medidas de bloqueio das contas vinculadas aos investigados nas redes sociais."Inquérito das fakenewsEm março de 2019, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, abriu inquérito criminal para investigar "notĂcias fraudulentas", ofensas e ameaças que "atingem a honorabilidade e a segurança" da Corte, os ministros e seus familiares. O ministro Alexandre de Moraes foi nomeado relator do caso.Em meio a questionamentos sobre a abertura do inquérito, com crĂticas que partiram inclusive da então procuradora-geral da RepĂșblica, Raquel Dodge, e de membros do próprio STF, as investigações jĂĄ duram mais de um ano. Na ocasião, Augusto Aras disse não ver ilegalidade no caso e defendeu que a procuradoria deve participar das investigações.Nesta quarta-feira (27), a PolĂcia Federal (PF) começou a cumprir 29 mandados de busca e apreensão como parte do inquérito. Entre os alvos, hĂĄ nomes ligados ao presidente Jair Bolsonaro, incluindo polĂticos, empresĂĄrios e blogueiros.