TRF-3 mantém ordem para Bolsonaro entregar resultado de exames de coronavírus
Desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região contestou entrega de relatório médico, e esclareceu que os exames, em si, é que devem ser [...]
Desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região contestou entrega de relatório médico, e esclareceu que os exames, em si, é que devem ser disponibilizados. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) manteve, nesta quarta-feira (6), a determinação para que a Advocacia-Geral da União (AGU) divulgue os laudos dos exames do presidente Jair Bolsonaro para o novo coronavírus. Na decisão, o desembargador Andre Nabarrete Neto esclarece que a determinação judicial será cumprida com a entrega dos exames em si – e não de relatórios médicos, como foi feito inicialmente pelo governo."[O] Pedido da ação é de obtenção de exames e não de relatório sobre exames e a liminar assim foi deferida. Na verdade, os médicos da Presidência reportam o resultado de exames realizados por outrem. Apenas os próprios exames laboratoriais poderão propiciar à sociedade total esclarecimento". Na quinta-feira (30), a juíza federal Ana Lúcia Petri Betto, da 14ª Vara Cível Federal de São Paulo, determinou que a AGU forneça os laudos de todos os exames feitos pelo presidente para a Covid-19.A magistrada considerou que o relatório médico de Bolsonaro apresentado pela AGU na semana passada "não atendia de forma integral à determinação judicial" que deu acesso ao jornal "O Estado de S. Paulo" aos laudos dos exames do presidente para a Covid-19.Ao TRF-3, a AGU argumentou que não existe obrigação legal de fornecer os referidos exames. "A própria Lei de Acesso à Informação, utilizada como fundamento para pedir os laudos, é expressa em estabelecer que a utilização de informações pessoas deve respeitar a intimidade e a privacidade e depende do consentimento do interessado", argumentou a defesa do presidente.Para o governo, o respeito à intimidade e à privacidade são direitos individuais – protegidos, portanto, como cláusulas pétreas da Constituição. E, sustenta a AGU, o fato de um indivíduo ser presidente da República não significa que ele não tenha, também, direito à intimidade e à privacidade.