Fabricantes chinesas de smartphone se unem para enfrentar Play Store do Google

Xiaomi, Oppo, Vivo e Huawei estariam criando um ecossistema para que fosse mais fácil desenvolver e criar aplicativos para aparelhos dessas marcas. Richard Yu, presidente da [...]

Fabricantes chinesas de smartphone se unem para enfrentar Play Store do Google

Xiaomi, Oppo, Vivo e Huawei estariam criando um ecossistema para que fosse mais fácil desenvolver e criar aplicativos para aparelhos dessas marcas. Richard Yu, presidente da Huawei, apresenta os aparelhos P30 em lançamento na França.

REUTERS/Charles Platiau

As fabricantes chinesas de smartphones Xiaomi, Huawei, Oppo e Vivo estão se unindo para criar uma plataforma para desenvolvedores de aplicativos de fora da China. Juntas, as quatro empresas representaram 40,1% das vendas globais de smartphones no quarto trimestre de 2019, segundo a consultoria IDC.

A ideia é criar um mecanismo em comum que facilite o upload de apps em todas as lojas simultaneamente, em uma medida que analistas dizem ter como objetivo desafiar o domínio da Play Store do Google, principal loja hoje disponível em dispositivo Android.

As quatro empresas estão eliminando falhas na chamada Aliança Global de Serviços para Desenvolvedores (GDSA, na sigla em inglês). A plataforma visa facilitar a desenvolvedores de jogos e de outros aplicativos a venda seus apps em mercados estrangeiros, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.

A ideia inicial era que a GDSA fosse lançada em março, disseram fontes à agência Reuters, embora não esteja claro como isso será afetado pelo recente surto de coronavírus. Um site protótipo diz que a plataforma cobrirá inicialmente nove "regiões", incluindo Índia, Indonésia e Rússia.

"Ao formar essa aliança, cada empresa procurará aproveitar as vantagens das outras em diferentes regiões, como a forte base de usuários da Xiaomi na Índia, da Vivo e da Oppo no sudeste da Ásia e da Huawei na Europa", disse Nicole Peng, vice-presidente de dispositivos móveis da Canalys.

A GDSA pode atrair alguns desenvolvedores de aplicativos ao fornecer mais exposição do que na abarrotada Play Store, e a nova plataforma pode oferecer melhores incentivos monetários, disseram analistas.

No entanto, gerenciar a aliança pode ser um desafio, disse Peng. "A execução é difícil, pois é difícil dizer qual empresa está ganhando mais peso e investindo mais nela. Não vimos o modelo de aliança funcionar bem no passado."

As quatro empresas se recusaram a comentar o assunto.

Embora a Oppo, a Vivo e a Xiaomi tenham acesso total aos serviços do Google nos mercados internacionais, a Huawei perdeu o acesso a novos dispositivos no ano passado, depois que os Estados Unidos proibiram fornecedores norte-americanos de vender bens e serviços para a empresa, citando preocupações com a segurança nacional.

Isso causou problemas para alguns aparelhos da empresa, como o modelo Mate 30, lançado no ano passado sem aplicativos do Google.

O Google, cujos serviços são proibidos na China, faturou cerca de US$ 8,8 bilhões em todo o mundo com a Play Store em 2019, disse Katie Williams, analista da Sensor Tower, empresa de inteligência do mercado de aplicativos. O Google vende conteúdo como filmes, livros e aplicativos na loja e cobra uma comissão de 30%.

O Google também não respondeu a um pedido de comentário.