Thiago Salvático revela detalhes da sua relação com Gugu: "Uma linda história de amor"

No dia 21 de novembro de 2019, a morte do apresentador Gugu Liberato pegou o Brasil de surpresa. Aos 60 anos, ele sofreu um acidente doméstico na sua casa em Orlando, nos [...]

Thiago Salvático revela detalhes da sua relação com Gugu:

No dia 21 de novembro de 2019, a morte do apresentador Gugu Liberato pegou o Brasil de surpresa. Aos 60 anos, ele sofreu um acidente doméstico na sua casa em Orlando, nos Estados Unidos, e, desde então, sua vida pessoal, que sempre foi mantida em descrição, começou a ser exposta na mídia. Rose Miriam Di Matteo, mãe dos filhos do apresentador, travou uma briga na Justiça com a família de Gugu para comprovar uma união estável e ter parte na herança, mas o chef de cozinha Thiago Salvático entrou na história garantindo que nos últimos oito anos foi ele quem viveu um relacionamento estável com o artista. Tudo começou em 2011, quando eles pegaram um voo de São Paulo para o Rio de Janeiro juntos. “Sentamos lado a lado e conversamos durante a viagem. Ao final, trocamos e-mails. Depois de alguns meses, ele me escreveu pedindo meu número de telefone. A partir desse dia, começamos a conversar e o relacionamento foi só amadureceu ao longo dos anos”, afirmou Thiago em uma entrevista exclusiva à Jovem Pan.

Um ano após a morte do apresentador, o chef de cozinha disse que ainda é muito difícil lidar com a saudade que sente: “Foi uma linda história de amor de duas pessoas que não mediram esforços para ficarem juntas”. Thiago também revelou que não desistiu de comprovar a união estável na Justiça e enfatizou que Rose Miriam era apenas uma amiga de apresentador: “Jamais formaram um casal”. Ele ainda falou que apoia a campanha “Gugu Vive”, um projeto idealizado pela família do artista que incentiva a doação de órgãos: “Combina muito com o Gugu, que sempre foi uma pessoa muito generosa. Torço para que essa campanha seja tão grandiosa quanto ele”.

Confira a entrevista com Thiago Salvático:

Dizem que o tempo ameniza a saudade, isso aconteceu com você? Como se sente um ano depois da morte do Gugu? Esse primeiro ano foi muito difícil. Alternei dias muito ruins com dias normais. Os últimos dois meses foram especialmente difíceis. Nesse mesmo período no ano passado, fizemos uma longa viagem – que foi a nossa despedida. Mas eu preciso prosseguir a minha vida. Espero que o tempo seja capaz de trazer mais conforto ao meu coração.

Nos últimos meses, você tem feito algumas postagens deixando claro que sente falta do apresentador. Como era a sua relação com o Gugu? Do que mais sente saudade? Não consigo esconder a falta dele. Desde quando acordo até o momento em que vou dormir, eu penso nele. Na minha casa, tenho um quadro com a foto dos nossos olhos, que fizemos em Ibiza. Então todas as manhãs olho para esse quadro e é como se ele estivesse ali me observando. Nossa relação era de muita cumplicidade, éramos companheiros e, acima de tudo, amigos. Ele dividia comigo as coisas mais importantes da vida dele. E era recíproco. Adorava conversar com ele. Falávamos das coisas mais banais até as mais importantes.

Quadro que Thiago Salvático fez com Gugu em Ibiza

O Gugu era uma das maiores personalidades do Brasil, e você teve a oportunidade de conviver com ele. Como era o Gugu da vida real? Como ele era por trás das câmeras? As pessoas ficaram acostumadas com o Gugu da televisão. Ali, ele era muito alegre, dinâmico e transmitia uma energia incrível. Por trás das câmeras, ele era o Toninho. Muito inteligente, observador, curioso por novidades, bondoso, carinhoso, generoso, mas bem mais sério. Tinha muitos momentos de reflexão. Era perfeccionista, trabalhava muito, e isso, naturalmente, sempre trazia uma carga enorme de preocupação. O sucesso que alcançou muito cedo o tornou uma pessoa desconfiada. Ele tinha poucos amigos.

Como você define a sua relação com o Gugu? Defino como uma linda história de amor de duas pessoas que não mediram esforços para ficarem juntas. Uma história que poderia ter sido ainda mais bonita, se a preservação da nossa intimidade não fosse uma necessidade. A homofobia é ainda uma dura realidade em nossa sociedade, capaz de limitar até a vida de uma pessoa tão grandiosa como o Gugu.

Pode contar um pouquinho da história de vocês? Como se conheceram e se tornaram próximos? Nos conhecemos em 2011, em um voo, ponte aérea São Paulo-Rio. Sentamos lado a lado e conversamos durante a viagem. Ao final, trocamos e-mails. Depois de alguns meses, ele me escreveu pedindo meu número de telefone. A partir desse dia, começamos a conversar pelo telefone e o relacionamento só amadureceu ao longo dos anos.

Quando você expôs a sua relação com o Gugu, muita gente duvidou e disse que você estava interessado na herança. Como foi lidar com esses ataques? Duas questões são importantes para responder essa pergunta: a primeira, as pessoas não me conheciam. E, se não me conheciam, não deveriam me julgar. E a segunda, eu fiquei oito anos ao lado do Gugu, não uma semana ou um mês. O nosso relacionamento só terminou em razão do falecimento dele. Gugu era muito inteligente e não ficaria tanto tempo ao meu lado se não tivesse absoluta certeza de que nós nos amávamos. Outro ponto importante: Não fui eu quem acabou expondo o nosso relacionamento na mídia. A própria imprensa tratou de divulgá-lo. Em muitos momentos, fui obrigado a me manifestar para defender a nossa história.

Você chegou a entrar na Justiça para comprovar que tinha uma união estável com o Gugu e depois desistiu. O que aconteceu? Você ainda pensa em reivindicar sua parte na herança? Como já me manifestei em outras ocasiões, as razões da minha desistência são de “foro íntimo”. E mais uma vez gostaria de lembrar que não abri mão do direito de buscar o reconhecimento da união estável. Mas, nesse momento, não me sinto confortável em dar continuidade a essa ação.

E qual sua opinião sobre a Rose Miriam, acha que ela tem direito a herança? Conversei com a Rose uma única vez quando o João se perdeu no aeroporto de Frankfurt, era um voo em conexão. Gugu me ligou pedindo a minha ajuda e acabei conversando com ela pelo telefone. Gugu sempre demonstrou ter carinho pela Rose, uma relação de amizade. Mas ela sabe muito bem que eles jamais formaram um casal. Tinham um acordo para criação dos filhos. Obviamente, fiquei muito decepcionado quando, ainda no início do ano, ela entrou com a ação pedindo reconhecimento da união estável. Eu fiquei ao lado dele nos últimos oito anos. Cabe à Justiça dizer se ela tem ou não direito à herança.

Você chegou a ver algo da campanha “Gugu Vive”, que incentiva a doação de órgãos? Qual sua opinião sobre esse projeto da família? Sim, e achei a iniciativa muito bonita. Ela combina muito com o Gugu, que sempre foi uma pessoa muito generosa. Torço para que essa campanha seja tão grandiosa quanto o Gugu. E que outras pessoas se conscientizem da necessidade de ajudar quem necessita de órgãos.

Se pudesse mandar um recado hoje para o Gugu, o que diria? Depois do falecimento do Gugu me tornei uma pessoa mais espiritualizada e procurei entender melhor a razão da nossa existência. Cada um de nós tem uma missão a cumprir. É uma passagem breve que precisamos aproveitar todos os dias. Mas tenho certeza de que a vida não termina aqui. Se pudesse mandar um recado ao Gugu, diria: a nossa história não terminou.